A deputada dos Estados Unidos Susan Wild, do partido Democrata, criticou duramente diversos parlamentares bolsonaristas que participaram de audiência pública nesta terça-feira (7). Segundo a deputada, a audiência apresenta uma “visão distorcida da democracia brasileira e fornece uma plataforma para aqueles que procuram miná-la”, disse afirmando que a pauta danifica e enfraquece as relações do Brasil com os EUA.
Vale lembrar que a audiência ocorre com o intuito de pressionar a Organização dos Estados Americanos (OEA) a tomar medidas para supostamente proteger o país contra a “censura”. Isso ocorre após as determinações de Moraes, que ordenou redes sociais a suspenderem os perfis de políticos e ativistas investigados em um inquérito sob a responsabilidade do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Porém, as suspensões não foram bem aceitas por Elon Musk, dono do X (antigo Twitter).
Participaram da audiência Eduardo Bolsonaro, Nikolas Ferreira, Bia Kicis, o pré-candidato à prefeitura de Goiânia, Gustavo Gayer, Eduardo Girão e outros. Frente a eles, a deputada Susan questionou: “Onde foi a audiência quando soubemos dos esforços do presidente Bolsonaro para fomentar um golpe militar?”. Ela também afirma que “o ataque do 8/1/2023, da forma que foi conduzido, claramente foi inspirado pelo ataque de 6/1/2021”.
Acredito que precisamos de mais investigação das conexões entre os dois eventos e o papel que indivíduos nos Estados Unidos podem ter tido na tentativa de golpe incluindo figuras públicas de extrema-direita que usaram suas plataformas para, no mínimo, apoiar expressamente um golpe.
Susan Wild
Rapaz! Eduardo Bolsonaro, Nikolas Ferreira, Bia Kicis, Gustavo Gayer, Eduardo Girão e cia abandonaram o país em meio a tragédia no Rio Grande do Sul e foram para os EUA passear e atacar a democracia do Brasil, mas levaram uma PORRADA ESPETACULAR da deputada americana Susan Wild… pic.twitter.com/HZ0p8cqqOD
— Lázaro Rosa 🇧🇷 (@lazarorosa25) May 7, 2024
Também durante a audiência a congressista Sydney Kamlager-Dove (Partido Democrata) questionou ao jornalista Paulo Figueiredo se ele estava sendo investigado pela Polícia Federal brasileira por seu papel na tentativa de golpe de 8 de janeiro. Em resposta, ele afirma que não sabe.
Prosseguindo, a congressista designada para fazer os questionamentos pergunta sobre a veracidade do relatório da polícia que fornece evidências de sua participação em um grupo criado para “desacreditar o processo eleitoral, planejar um Golpe de Estado e abolir o Estado Democrático de Direito”.
Em resposta, Paulo também alegou em seu depoimento não saber: “mesma resposta”, disse ele. Questionado sobre a ditadura militar que governou o Brasil até 85, ele se esquivou, afirmando que a pergunta não teria nenhuma relação com a pauta da audiência.
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