O ex-executivo da Odebrecht Luiz Eduardo da Rocha Soares e o sócio-diretor da gráfica VTPB, Beckembauer Rivelino de Alencar Braga, foram ouvidos nesta quarta-feira (8) em ação que investiga se a chapa formada por Dilma Rousseff e Michel Temer cometeu crimes na campanha eleitoral de 2014. Eles prestaram depoimento na sede do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo), transmitido por videoconferência para o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). As informações são da Agência Brasil.
Os advogados de Temer e Dilma disseram que o depoimento de Beckembauer Braga confirmou as informações de que a gráfica VTPB prestou serviços na campanha regularmente. Gustavo Guedes, advogado que representa o presidente Temer, também considerou relevante o depoimento de Braga, que “esclareceu, mais uma vez, que houve a prestação dos serviços” para a campanha da chapa vitoriosa na eleição presidencial de 2014.
Guedes disse que a contratação da gráfica não teve a participação de Temer. “Nós sempre dissemos que não houve a contratação de nossa parte.” Questionado sobre o interesse em desvincular as ações da chapa, o advogado respondeu que o “TSE deve enfrentar esse tema com a responsabilização de cada um pelos atos que praticou”.
O advogado não comentou o depoimento de Luiz Eduardo da Rocha Soares, que integrava o departamento de propina da Odebrecht, pois o processo corre em sigilo. Segundo Guedes, novas informações devem surgir nesta sexta-feira (10), após a acareação entre três delatores da Odebrecht: Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo, e os ex-executivos Hilberto Mascarenhas e Cláudio Melo Filho. “O importante é esclarecer e mostrar o que efetivamente ocorreu”, disse Guedes, acrescentando que “não há que se preocupar em demasia”.
Para o advogado de Dilma Rousseff, Flávio Caetano, o depoimento de Braga serviu para “corroborar” as informações contantes no processo. Caetano disse que, ao final da ação movida pelo PSDB, será mostrado que “todas as acusações são improcedentes e que a campanha da chapa Dilma-Temer foi regular”.
O advogado Miguel Pereira Neto, defensor de Braga, afirmou que, nas duas horas em que falou em juízo, seu cliente nada mais fez do que confirmar informações já prestadas à Receita Federal, à Junta Comercial e a outros órgãos públicos, comprovando o que já constava nos autos do processo. “Foi devidamente esclarecido o serviço prestado, todo o material de campanha foi entregue e satisfeitas todas as indagações em juízo.” (Folhapress)
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