Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos do governo federal indicam que os casos de violência contra a mulher aumentaram. As denúncias de violações aos direitos e à integridade das mulheres cresceram 36% se comparado a abril de 2019. O governo federal avalia se o aumento está relacionado com o isolamento social, provocado pela pandemia do novo coronavírus.
Na comparação com janeiro de 2019, o número de denúncias registradas por meio do Ligue 180 diminuíram 4,5% em janeiro deste ano.
Já em fevereiro, houve um aumento de 15,6% das notificações quando comparado ao mesmo mês do ano passado.
A tendência se manteve em março, quando o novo coronavírus chegou ao país e algumas unidades da federação começaram a adotar medidas para isolar a população e, assim, tentar conter a disseminação da doença.
Comparativamente, o número de denúncias registradas pelo Ligue 180 em março deste ano foi 15% superior ao de março de 2019. Em abril houve o aumento de 36%, fazendo a análise no mesmo período do ano passado.
Segundo o ouvidor nacional de Direitos Humanos, Fernando César Pereira Ferreira, considerando o que acontecera em países atingidos pela doença antes do Brasil, os resultados de janeiro a março já eram, de certa forma, esperados. Mesmo assim, o desempenho registrado em abril surpreendeu negativamente:
“Mas a partir de março, com o fenômeno da covid-19 e [adoção de] medidas que passaram a impactar seriamente no número de denúncias, o número de casos disparou. Provavelmente, por causa do confinamento”, acrescentou Ferreira, referindo-se ao fato de mulheres vítimas de agressão doméstica se verem forçadas a passar mais tempo junto a seus agressores.
Os dados da Ouvidoria apontam que, em geral, as denúncias recebidas pelo Ligue 180 tratam, na maioria das vezes, de casos de violência doméstica e familiar (em 2019, elas somaram 79% do total de notificações).
Redação do DG, com informações da Agência Brasil
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