23 de dezembro de 2024
Cidades • atualizado em 13/02/2020 às 09:34

Denunciado na operação Multigrana, vereador diz que provas contra ele são “vazias”

Vereador usou a tribuna por 16 minutos para fazer defesa (Foto: Samuel Straioto)
Vereador usou a tribuna por 16 minutos para fazer defesa (Foto: Samuel Straioto)

Na primeira sessão ordinária na Câmara Municipal de Goiânia após o Ministério Público de Goiás-MPGO ter divulgado a conclusão de parte da Operação Multigrana que procura apurar suposto esquema criminoso de desvios de recursos das bilheterias do Mutirama e do Zoológico, o vereador Zander Fábio (PEN), citado como um dos operadores da possível fraude, usou a tribuna por 16 minutos e depois concedeu uma entrevista coletiva por mais 27. Ele declarou que o Ministério Público “Não tem provas (contra ele) e que é uma denúncia vazia”.

Segundo os promotores responsáveis pelo caso, o vereador Zander Fábio (PEN), o ex-presidente da Agência de Turismo e Lazer (Agetul), Dario Paiva e o ex-diretor administrativo-financeiro do Parque Mutirama, Geraldo Magela, seriam responsáveis por desviar R$ 2 milhões das bilheterias da unidade de lazer entre maio e dezembro de 2016. O MPGO pediu o afastamento de Zander do mandato de vereador.

Zander Fábio disse que sentiu surpreso e injustiçado. Ele disse que nunca liderou esquema, não vivia o dia a dia da Agetul e que não fez indicação política para a presidência da agência. Ele argumentou que Dario Paiva foi indicado para a unidade administrativa da prefeitura como resultado de uma composição político-partidária visando as eleições do ano passado e que não fez nenhuma indicação direta.

Segundo o Ministério Público, Zander Fábio teria sido beneficiado por ter participado da indicação de Dário Paiva. De acordo com as investigações, Zander teria se beneficiado com cinco depósitos para a conta de campanha eleitoral e ainda com a doação de alimentos.

Zander afirmou que o MPGO acabou se baseando em elementos não concretos como: “ouvir dizer, ouvi falar e não tem provas” para apresentar a denúncia contra seu nome. Ele afirmou que a acusação de ter indicado Dário para o cargo na Agetul é falsa e que o próprio Dário, em seu depoimento, confirmou que não foi Zander que o indicou e sim uma coligação político-partidária.

Sobre a questão dos depósitos o parlamentar disse que a entrada de R$ 30 mil citada pelo MPGO é fruto da venda de um carro dele feita em setembro do ano passado. O carro foi vendido por R$ 41, parte ele direcionou para a conta eleitoral o restante na conta particular. Outro depósito no valor de R$ 19 mil, Zander destacou que usou o salário dele para colocar na conta eleitoral para realizar campanha.

Ele não detalhou os demais depósitos de menor valor, mas argumentou que tudo foi feito dentro da legalidade. Zander disse que os outros depósitos de menor importância financeira foram feitos por uma mulher por nome Elisabeth.

Quanto à questão dos alimentos, Zander Fábio declarou que não fez desvio de nenhum tipo de arrecadação no Parque Mutirama. Ele declarou que foi realizada uma ação beneficente e que ele indicou uma entidade filantrópica.

Sobre o afastamento do mandato de vereador, Zander não concorda com o pedido feito pelo Ministério Público de Goiás, por entender que não cometeu nenhum tipo de irregularidade e por entender que não houve uso do mandato para práticas ilícitas. Quanto ao pedido feito pelo vereador Jorge Kajuru (PRP) para que Zander deixe a presidência da Comissão Especial de Inquérito que analisa as contas da Prefeitura de Goiânia entre 2008 e 2016. O parlamentar disse que só não participará das oitivas diretamente ligadas a ele no Mutirama, mas que não abre mão da prerrogativa de continuar presidindo a CEI.


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