A cúpula do DEM articula a substituição do presidente do partido, o senador Agripino Maia (RN), depois que ele virou réu no STF (Supremo Tribunal Federal) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Dirigentes querem indicar para o comando da sigla um nome alinhado ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Os favoritos são o ministro Mendonça Filho (Educação), o prefeito de Salvador, ACM Neto, e o próprio Rodrigo Maia.
Diante de um impasse sobre o momento da troca, a convenção nacional do partido, prevista para esta quinta-feira (14), foi adiada para o dia 27 de janeiro. O adiamento foi aprovado em uma reunião da bancada de deputados do partido.
Uma articulação para substituir Agripino começou há cerca de dois meses, mas o cenário mais provável era sua recondução ao cargo. O movimento para a troca ganhou força na terça (12), quando o STF recebeu uma denúncia contra o senador no âmbito da Lava Jato.
“Agora é a hora de focar na reforma da Previdência. Estamos todos solidários com o senador Agripino e ele continua presidindo o partido pelo menos até janeiro”, afirmou o deputado Jorge Mudalen (DEM-SP).
Por 4 votos a 1, a Primeira Turma do STF aceitou a denúncia da Procuradoria-Geral da República que acusa Agripino de atuar para destravar um financiamento do BNDES para a obra da Arena das Dunas, em Natal (RN), em troca de propina da construtora OAS.
Julgamento célere
Agripino afirmou, em nota, que é inocente e que espera um julgamento célere. “O prosseguimento das investigações não significa julgamento condenatório. E é justamente a inabalável certeza da minha inocência que me obriga a pedir à corte o máximo de urgência no julgamento final da causa.”
Dirigentes do DEM se reuniram em Brasília desde a manhã desta quarta (13) para discutir a sucessão. Os integrantes da sigla decidiram adiar a troca para janeiro de 2018, para evitar que a substituição seja diretamente vinculada ao processo aberto contra Agripino no Supremo.
A direção do DEM pretende realizar, em vez disso, uma reunião de sua Comissão Executiva nesta quinta para aprovar uma manifestação formal de apoio da sigla à reforma da Previdência -o chamado “fechamento de questão”, no jargão político.
O partido, entretanto, não deve estabelecer uma punição aos parlamentares que descumprirem a orientação oficial de voto a favor da proposta. Essa sanção pode ser discutida em outro momento.
Pelas contas de dirigentes, o DEM pretende entregar o apoio de 26 dos 30 deputados na votação da proposta no plenário da Câmara. (Folhapress)
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