24 de novembro de 2024
Entretenimento • atualizado em 20/12/2021 às 10:41

“Delitos”: Artista plástico expõe telas produzidas durante período de quarentena

Exposição artística do pintor e empresário Vilmontes vai até dia 16 de março (Foto: Divulgação)
Exposição artística do pintor e empresário Vilmontes vai até dia 16 de março (Foto: Divulgação)

A pandemia foi a pausa que faltava para o artista plástico e empresário Vilmondes, de 70 anos, tornar realidade a exposição “Delitos”, que será aberta ao público desde a última quinta-feira (16/12), em um espaço anexo ao Buena Vista Shopping, com acesso pelo estacionamento G1. Durante seis meses, desde que a quarentena começou, em março de 2020, ele produziu quase todas as 110 telas que serão exibidas na individual, que fica em cartaz para visitação com entrada franca durante três meses, todos os dias, das 9 às 21 horas.

A produção foi toda doada para o Instituto Estimularte, criado em 2021 pelo artista. A curadoria é assinada pelo crítico de arte Antônio da Mata, diretor do Museu de Arte de Goiânia (MAG). Os quadros, produzidos em acrílica sobre tela, são de variados tamanhos, todos inéditos, e foram produzidos especialmente para a mostra, que traz um conceito inédito em Goiânia. Depois do passeio pelo espaço expositivo, numa área de mais de 500 metros quadrados, o público vai poder votar nos trabalhos favoritos em totens montados no local. Ao final da exposição, serão sorteadas três telas para os visitantes.      

Vilmondes namora com as artes visuais há muito tempo, mas apenas recentemente se dedicou à pintura. Quando passou a produzir com mais frequência em 2020, o desejo da exposição surgiu com naturalidade. O nome já estava escolhido desde o início do projeto. Amigo de Siron Franco há mais de 30 anos, ele conta que sempre que se encontravam o artista perguntava se ele estava pintando. “De vez em quando eu cometo uns ‘delitos’ nas artes”, dizia. Usar o termo num tom de brincadeira foi, então, uma opção espontânea para ele.

Os “delitos” de Vilmondes não trazem um tema exclusivo. De paisagens urbanas a abstrações geométricas, suas obras são um reflexo da influência artística que teve ao longo dos anos. A beleza da natureza, como os ipês floridos, a destruição do meio ambiente, a ciência, festas populares, como o carnaval, e religiosidade são temas frequentes na sua produção. Na exposição, ele também presta uma homenagem com um painel-tributo a 12 artistas goianos que fizeram parte da sua construção visual, como DJ Oliveira, Cleber Gouvêa, Amaury Menezes, Antonio Poteiro, Siron Franco e Ana Maria Pacheco.

“A intenção surge transparente na sua pintura, resultado de um esforço sem pretexto na busca pela estabilidade da composição, configurando o empenho de transpor para a tela técnicas pictóricas específicas, bem como a escolha altamente consciente da temática, seja ela qual for, associada a um controle extremamente estrito dos desenvolvimentos da obra. A sua trajetória prossegue lembrando de maneira mais sumária as diferentes fases da sua vida”, avalia o curador da mostra, Antônio da Mata.

Além das obras criadas durante o isolamento social pela pandemia da Covid-19, a exposição “Delitos” contempla alguns quadros de outros anos, quando Vilmondes pintava com menos regularidade. Em comum com as produções atuais, a importante conexão com a atualidade. “Essas figurações são obra de alguém que tem a coragem de mergulhar nas ondas do presente. Alguém que se atenta ao tempo e à linguagem deste tempo. A sua arte faz barulho. Um barulho bom”, disse o crítico de arte e galerista Marcos Caiado sobre alguns trabalhos do artista que trazem elementos do grafite e serão exibidos na exposição.


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