O titular da delegacia de Indiara, Quéops Barreto, vai sugerir ao Ministério Público o arquivamento do caso em que cinco pessoas são acusadas de participarem de um estupro coletivo contra uma adolescente de 17 anos.
De acordo com o delegado, o inquérito foi encerrado. Não houve indiciamento, pois a jovem durante depoimento concedido no último dia 10 informou que fez atos sexuais com mais de uma pessoa, mas que houve consentimento.
Como a garota inicialmente procurou a polícia e informou que teria ocorrido um estupro e depois mudou a versão, as investigações continuarão. Será apurado um ato infracional por denunciação caluniosa.
“Diante das novas declarações da vítima, afirmando os atos sexuais consentidos, não há crime mais a se investigar. Pelo fato dela ter comunicado a existência de um crime que não existiu, por ter dito que foi consentido, ela vai responder pelo ato infracional análogo do crime de denunciação caluniosa, porque movimentou a máquina, o aparelho estatal, a polícia para investigar um crime que ela sabia que não ocorreu”, explica o delegado.
A polícia ainda quer saber se a adolescente está sendo pressionada para manter a versão de que tudo foi consentido. Está sendo apurado se realmente foi feita a promessa de que a garota receberia um lote no valor de R$ 10 mil.
“isto vai ser apurado durante o crime de denunciação caluniosa. A polícia não descarta pressão e será apurado durante as análises”, afirma Quéops Barreto.
Caso seja comprovada a existência da promessa de favorecimento em troca da mudança de versão, o caso pode ser retomado.
Quanto as perícias que estavam sendo realizadas, o delegado informou que não solicitará a continuidade da realização dos exames, já que a moça disse que os atos sexuais foram consentidos.
A quantidade de pessoas que tiveram relação sexual com a moça só seria possível saber com a realização de exames. Durante esta semana, de forma extraoficial o titular da Delegacia de Indiara disse que era dado como certo que mais de um homem teria praticado o ato.
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Relembre o caso
Inicialmente, a menor afirmou que foi violentada em uma festa na casa do atual namorado, que é irmão do vereador Jean de Castro (DEM), no dia 9 de novembro. Ela havia afirmado que enquanto mantinha relação sexual com Leandro de Castro em um dos quartos da residência onde ocorria a festa. Os outros quatro homens entraram no espaço e teriam cometido abuso sexual.
Num primeiro depoimento a jovem afirmou que o vereador ficou com medo de ser flagrado pela namorada durante o ato e disse acreditar que o estupro já tinha sido planejado pelos suspeitos.
Numa nova versão apresentada a polícia, a menor mudou a versão inicial. Na oportunidade, ela afirmou a polícia que não foi violentada, que foi pressionada a relatar o crime e que agiu por ciúme.
No momento do depoimento, a adolescente chegou a delegacia acompanhada de Leandro, um dos cinco suspeitos.
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