20 de novembro de 2024
Cidades

Delegado afirma que adolescente planejou assassinar três vítimas

Delegado durante entrevista coletiva (Foto: Samuel Straioto)
Delegado durante entrevista coletiva (Foto: Samuel Straioto)

O titular da Delegacia Estadual de Atos Infracionais (DEPAI), Luiz Gonzaga, explicou nesta quinta-feira (24), que o adolescente de 12 anos que matou a colega de escola, Tamires Paula pretendia assassinar ainda outras duas vítimas, também adolescentes do sexo feminino. O delegado disse que o jovem comprou uma faca assim que fez aniversário, no último mês de junho.

“Desde o aniversário dele em junho, ele comprou uma faca com um dinheiro que ganhou da família e segundo ele ao nos adiantar de forma preliminar era que intentava matar três vítimas. Uma era a vítima que efetivamente morreu ontem e outras duas também eram da escola. O motivo era matar uma pessoa do sexo feminino, os três alvos eram do sexo feminino, por isso entendemos que era um feminicídio e ontem resolveu executar um dos crimes”, explicou o delegado.

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O responsável pelas investigações detalhou que o adolescente detalhou motivos diferentes para cada uma das vítimas que ele pretendia matar, incluindo a jovem morta nesta última quarta-feira (23).

“Desde o aniversário dele, ele carregava essa faca todos os dias para a escola, ou seja, uma hora iria matar um desses alvos. Um era que gostava dele, tinha uma relação de afeto. O segundo era que queria ver o luto da sala, ou seja, possivelmente uma pessoa popular. Nós não temos informações aprofundadas sobre o relacionamento com a vítima, mas sabemos que eram todas colegas de escola e vulneráveis”, afirmou.

Luiz Gonzaga declarou que o adolescente demonstrou ser bastante frio. Ele disse que quanto à questão de uma análise de uma possível psicopatia, não há nenhuma informação neste sentido no momento.

Execução

O delegado relatou que a morte da adolescente de 14 anos foi muito violenta. A faca usada pelo garoto ficou torta no momento em que agredia Tamires. “A execução da ação infracional foi bastante violenta. Ele pegou a vítima, pegou a cabeça dela, deu várias cabeçadas na parede, não deu conta de matar a vítima somente com essa ação, ele pegou a faca deu vários golpes, a ação foi tão violenta que a faca chegou a entortar o corpo da vítima”, explicou.

Próximos passosfaca crime adolescente jd america goiania

O delegado pretende continuar ouvindo testemunhas que tiveram contato com o adolescente, antes e depois do fato. O delegado explicou que fatores externos, como influência de jogos, como o da Baleia Azul também serão investigados.

“Vamos ouvir testemunhas que tiveram em contato com esse adolescente antes e depois do fato. O crime, que é o ato infracional, já tem indícios bastante claros de autoria e materialidade, vamos agora aprofundar, no sentido de colher imagens de uma possível ação dele, e também apreender celular, computador para verificar se tem relação com outras possibilidades investigativas, como o jogo da Baleia Azul, ou outra situação. Não podemos descartar nada nesse momento”, detalhou.

O responsável pelas investigações declarou que o adolescente tinha bom convívio social. Será apurado o motivo que o levou a tomar ação tão brutal. “O convívio do adolescente segundo a família e colegas, era de que era extrovertido. A gente não sabe se teve algum problema inerente que levou a praticar um ato tão cruel. Depois que confessou de forma tão incisiva como realizou o ato infracional, ao prestar depoimento”, declarou.

Acompanhamento

Luiz Gonzaga disse ainda que o adolescente recebeu assistência de psicólogos e sociólogos do Estado, e que a tendência é que o juiz da Infância e Juventude decrete internação provisória, que pode ser de no máximo três anos, que é a determinação do Estatuto da Criança e Adolescente.

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