SÉRGIO RANGEL
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Os advogados de Marco Polo Del Nero criticaram a decisão da Fifa e disseram que vão recorrer à Corte Arbitral do Esporte (Cas).
O primeiro recurso será enviado ao Comitê de Apelação da Fifa, que dificilmente mudará a decisão. Em seguida, eles vão entrar com um pedido de anulação da condenação no Cas.
Com sede na Suíça, a corte regula disputa entre partes que não estejam no mesmo país, como comitês olímpicos, federações esportivas, clubes e atletas.
O tribunal é um órgão independente das entidades de administração.
Segundo o escritório Bichara e Motta Advogados, “é com surpresa e indignação que o senhor Marco Polo Del Nero e seus advogados recebem a decisão proferida hoje pela FIFA”.
Na nota, os advogados de Del Nero afirmam que “o Comitê de Investigação da entidade não foi capaz de produzir qualquer prova de seu envolvimento em esquemas de corrupção” durante o processo.
“Por isso, a defesa recorrerá e tem a convicção de que a punição de primeira instância será reformada mediante análise por tribunal independente e não sujeito a interferências externas”, acrescentou.
Na manhã desta sexta (27), o cartola brasileiro foi banido pela Fifa. No comunicado, a Câmara de Arbitragem do Comitê de Ética considerou Del Nero culpado por suborno e corrupção, oferecer e aceitar presentes e outros benefícios e conflito de interesse.
Além da punição, o cartola terá que pagar uma multa de 1 milhão de francos suíços (cerca de R$ 3,5 milhões).
Del Nero foi investigado pela Fifa com base nas denúncias feitas por autoridades dos EUA que o acusam de participar de um esquema de recebimento de propina com outros cartolas da América do Sul na venda de direitos de torneios no país e na América do Sul.
Apesar do discursos dos advogados de Del Nero, as chances do cartola brasileiro reverter a punição são mínimas. Nenhum dirigente punido pela Fifa neste escândalo de corrupção foi absolvido pelo Cas.
Nos quatro meses em que ficou afastado da CBF para se defender, Del Nero não deixou o país. Ele teme ser preso e extraditado para os EUA.
Em janeiro, ele foi ouvido pelos investigadores da Fifa por vídeo conferência. A opção por ficar no país agravou a situação do cartola na investigação.
A CBF ainda não se pronunciou sobre o banimento do cartola. Até 11h desta sexta, Del Nero constava como presidente da entidade no site da confederação.
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