Apesar de reconhecer a aceleração do crescimento da América Latina nos últimos anos, o Banco Mundial alertou, em relatório divulgado nesta terça-feira (17), para o risco de “encruzilhada fiscal”, em função do alto nível de endividamento público dos países da região.
“É a única nuvem negra no horizonte”, afirmou Carlos Vegh, economista-chefe do Banco Mundial para a América Latina e Caribe.
Para ele, a trajetória crescente da dívida pública e dos déficits fiscais na região representa um risco à baixa inflação, à redução da pobreza e ao crescimento sustentado da economia.
No Brasil, o déficit fiscal chegou a quase 8% do PIB no ano passado, segundo o relatório, e a dívida pública, a 79% do PIB -a média da região é de 57,6%.
Segundo o documento, a retomada do crescimento da América Latina, após anos de recessão e baixo desempenho, foi impulsionada em especial por fatores externos, como o aumento dos preços das commodities, o bom desempenho das economias dos Estados Unidos e China e a alta liquidez internacional.
Dentro de casa, porém, os governos não aproveitaram o momento de crescimento, em especial a “década de ouro” entre 2003 e 2012, para poupar, e ainda precisam reduzir gastos improdutivos, de acordo com Vegh.
O economista recomenda que os ajustes sejam feitos de forma gradual, porém, e sem comprometer investimentos e programas de transferência de renda. (Folhapress)
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