19 de novembro de 2024
Brasil

Defesa desconhece pagamento de propina a filho de integrante do COI

A defesa do empresário Arthur Cesar Menezes Soares Filho disse nesta sexta (3) que o seu cliente desconhece as informações divulgada pelo jornal francês “Le Monde”.

De acordo com a publicação, Soares Filho teria pago cerca de US$ 1,5 milhão ao filho de um integrante do COI (Comitê Olímpico Internacional) durante o processo de escolha do Rio como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

Ex-dono do Grupo Facility, Soares Filho é investigado por procuradores da Operação Calicute, o braço fluminense da Operação Lava Jato.

Ele recebeu quase R$ 3 bilhões por contratos assinado com o Estado durante os oito anos da gestão de Sergio Cabral, preso desde o ano passado por comandar um esquema de corrupção.

Conhecido pelo apelido de “Rei Artur” pela sua proximidade com o ex-governador, Soares Filho é apontado como o maior fornecedor de serviços terceirizados na era Cabral por meio de empresas ligadas ao Grupo Facility.

O grupo foi vendido para outro conglomerado.

Segundo a reportagem, a holding Matlock Capital Group, nas Ilhas Virgens britânicas, que gerenciaria alguns negócios de Soares Filho, teria depositado no dia 29 de setembro de 2009 -três dias antes da eleição do Rio como sede da Olimpíada de 2016-, US$ 1,5 milhão ao filho de Lamine Diack. Na época, Diack era presidente da IAAF (Associação Internacional das Federações de Atletismo) e membro do COI.

O “Le Monde” afirma também que um segundo depósito, de US$ 500 mil, teria sido feito numa conta na Rússia do filho de Diack. Pai e filho são investigados na França.

O jornal francês diz também que, no dia da escolha, o ex-atleta da Namíbia, Frankie Fredericks, recebeu de Papa Diack, um pagamento de quase US$ 300 mil. Na época da votação, Fredericks era presidente da Comissão de Atletas do COI e encarregado de supervisionar a lisura da votação para a escolha da sede de 2016. Atualmente, ele preside a comissão de avaliação das candidatas a sede de 2024.

RIO 2016

O Comitê Rio-2016 afirmou que o empresário não tem nenhuma relação com o órgão. Segundo a entidade, ele nunca participou de reunião no comitê.

Para a Rio-2016, a vitória da candidatura brasileira foi limpa. “Não fizemos nada de errado. Os documentos e os números [dos votos] sempre estiveram abertos”, afirmou o diretor de comunicação do órgão, Mario Andrada. No terceiro turno, o Rio venceu por 66 dos 98 votos em jogo. (Folhapress)


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