26 de novembro de 2024
Brasil • atualizado em 13/02/2020 às 01:15

Defesa de Pinheiro entrega agendas com encontros no Instituto Lula

A defesa de Léo Pinheiro, sócio da OAS, protocolou novos documentos que tentam comprovar que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ganhou, como vantagem indevida, um tríplex em Guarujá (SP) da empreiteira.

Em anexos juntados ao processo nesta segunda (15), os advogados acrescentaram agendas de Pinheiro em que constam encontros marcados com Paulo Okamotto, presidente do Instituto Lula, com João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, e o ex-presidente Lula.

Os encontros vão de 2009 a 2014, a maioria deles com Okamotto na sede do próprio instituto, em São Paulo.

Os apontamentos reforçam outros documentos que já haviam sido juntados ao processo pela defesa de Pinheiro, como registros de ligações telefônicas para pessoas ligadas a Lula e agendas do petista em que aparecem a previsão de encontro com o empresário.

Ainda foram entregues registros de mensagens que estavam no celular de Pinheiro, apreendido em operação deflagrada pela força-tarefa da Lava Jato. Em uma delas, de 22 de fevereiro de 2014, ele diz a um interlocutor que está “voltando de SBC [São Bernardo do Campo, onde Lula mora]. Trânsito horrível no Ibirapuera”.

Nesse mês, Lula esteve no tríplex com Pinheiro. O empresário afirmou ao juiz Sergio Moro que o apartamento estava reservado para o ex-presidente. Já Lula disse que o empresário queria vender o imóvel a ele, mas o petista não gostou da unidade e “botou defeito”.

No processo, Lula é réu sob acusação de ter recebido o tríplex e outros benefícios da empreiteira e, em troca, a OAS conseguia contratos com a Petrobras.

Pinheiro, que também é réu no processo, tem tentado celebrar acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal e afirma que o imóvel é de Lula.

O advogado do ex-presidente, Cristiano Zanin Martins, sempre negou que ele tivesse cometido irregularidades e já disse que agendas de encontros não provam se eles realmente ocorreram “e, sobretudo, o que poderia ter sido discutido no suposto encontro”.

No mesmo dia em que Pinheiro protocolou as agendas, os advogados de Lula juntaram ao processo documentos que mostram que a OAS usou o apartamento como garantia para receber empréstimo. Segundo os advogados, isso prova que o tríplex não é de Lula.

Lula e Léo Pinheiro já foram ouvidos pelo juiz Sergio Moro, na Justiça Federal de Curitiba, e aguardam sentença. A decisão sairá depois que os réus apresentarem suas manifestações finais, cujo prazo é 20 de junho. (Folhapress)

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