23 de dezembro de 2024
Brasil

Decisão que beneficia Flávio Bolsonaro gera onda de críticas de apoiadores

A decisão do ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), de suspender a investigação criminal sobre a movimentação financeira do gabinete do ex-deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) provocou uma série de críticas de apoiadores de Jair Bolsonaro (PSL) nas redes sociais. 
Integrantes dos movimentos MBL (Movimento Brasil Livre) e Vem pra Rua questionaram o pedido de foro privilegiado do filho do presidente da República e senador eleito pelo PSL.
A advogada Janaína Paschoal (PSL), deputada estadual por São Paulo, e o procurador Deltan Dallagnol, da Operação Lava Jato, também criticaram a decisão, tomada nesta quinta-feira (17). 
Coordenador da Lava Jato em Curitiba, Dallagnol, que já avaliou a dupla Jair Bolsonaro e Sérgio Moro (ministro da Justiça) como o melhor cenário para o combate à corrupção, declarou no Twitter que não há como concordar com a decisão. 
“Com todo o respeito ao Min. Fux, não há como concordar com a decisão, que contraria o precedente do próprio STF. Tratando-se de fato prévio ao mandato, não há foro privilegiado perante o STF. É de se esperar que o ministro Marco Aurélio reverta a liminar.”
Para Janaína, que foi cotada para ser vice-presidente de Bolsonaro, a decisão de Fux está equivocada. 
“Respeitosamente, entendo que a decisão do ministro Fux está equivocada. O precedente que tratou da prerrogativa de foro realmente foi no sentido de que os casos devem ser analisados em concreto; entretanto, os fatos devem ser posteriores ao início do mandato. Não é o caso!”
Senador eleito, Flávio Bolsonaro argumentou em seu pedido ao Supremo que, embora não tenha tomado posse, já foi diplomado senador, o que lhe confere foro especial perante o Supremo. 
A conta do MBL no Twitter questionou a alegação. “1. Mas o foro não foi limitado pelo STF a eventos ocorridos durante o mandato e relativos ao mandato? 2. Então Flávio Bolsonaro está sendo investigado? Não era apenas seu ex-assessor?”, questionou o movimento em rede social.
O deputado federal eleito Kim Kataguiri (DEM-SP), uma das principais lideranças do movimento, afirmou que o pedido ao STF “cheira muito mal”. “Entrar com pedido para ser investigado em foro especial é, no mínimo, suspeito.”
Fernando Holiday, vereador em São Paulo pelo DEM e também coordenador do MBL, afirmou que se for confirmado que o pedido foi feito por Flávio Bolsonaro “só restam motivos para desconfiança”. 
“Se isso for confirmado, sinceramente, só restam motivos para desconfiança. Quem não deve não teme. Ainda mais uma simples investigação”, declarou na sua conta no Twitter.
O Vem Pra Rua Brasil destacou que a defesa do senador também pediu a declaração de ilegalidade das provas. “Além de conseguir suspender a investigação, defesa de Flávio Bolsonaro quer que o STF declare a ilegalidade das provas.” 
O assunto permaneceu toda a quinta entre os trending topics (assuntos mais comentados) do Twitter. “Queiroz” e “Flavio Bolsonaro” foram duas das palavras que mais apareceram na plataforma. (SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)


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