O ex-ministro da Fazenda Henrique está mais certo do que nunca do que fará durante o período eleitoral em 2022: a campanha ao Senado Federal se candidatando em terras goianas. Resta saber com quem o economista caminhará na chapa majoritária. Seu partido, o PSD, quer andar ao lado do governador Ronaldo Caiado (DEM), mas ainda há chão e conversas pela frente. Atual secretário em São Paulo, ele já se reuniu com o democrata e garante: há novas reuniões programadas para o futuro.
Meirelles não se preocupa com o fato de estar há muitos anos distante geograficamente de Goiás. Garante que contribuiu muito com o crescimento do estado como presidente do Banco Central do Brasil, nomeado pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e mais recentemente, com a retomada econômica, como ministro da Fazenda com o presidente Michel Temer (MDB). Também crava: foi chamado para a missão. “Eu fui convidado a ser candidato para senador pelo presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, pelo senador Vanderlan Cardoso, pelo deputado federal Francisco Júnior, além do presidente do partido em Goiás que é o meu amigo Vilmar Rocha. Inclusive, quando eu fui à Goiás fazer algumas reuniões, o presidente do partido Gilberto Kassab me acompanhou e reafirmou repetidas vezes que eu sou o candidato do partido”, destacou em entrevista ao jornalista Altair Tavares, editor do Diário de Goiás em parceria com a Rádio Bandeirantes Goiânia.
Se é certo que irá entrar na corrida eleitoral como candidato ao senado, Meirelles agora, pontua que falta bater o martelo com relação as alianças que o partido irá costurar para 2022. “Evidentemente, eu tenho que conversar bastante aí em Goiás com diversos partidos, porque a decisão do partido em relação a alianças é uma decisão que tem de envolver toda a liderança do partido no estado que nós temos que conversar sobre as diversas alternativas de alianças. Mas o PSD definiu que tem um componente na chapa majoritária que é o candidato à senador, vaga a qual me convidaram.”
Se existe a possibilidade de andar com Caiado, Meirelles ainda considera “prematura” a questão, mas, além de já ter tido conversas produtivas, outras estão agendadas. “Nossas famílias são amigas e temos uma satisfação muito grande de conversar. Tivemos uma conversa muito interessante, boa e produtiva e programamos próximas conversas. Eu acho prematuro. Eu tenho uma alternativa de vida que eu não trabalho sob hipótese. Eu trabalho com fatos concretos.”
Na conversa com o jornalista Altair Tavares, Meirelles também descarta concorrer a um cargo no Executivo, seja em Goiás ou uma nova tentativa para a presidência da República. Descarta qualquer possibilidade de uma candidatura a vice-presidente numa chapa com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, fala sobre a corrida pela vacina, além do debate em torno do voto impresso auditável.
Confira os principais trechos da entrevista de Henrique Meirelles à Rádio Bandeirantes Goiânia em parceria com o portal Diário de Goiás:
CANDIDATURA AO SENADO
Olha, eu fui convidado a ser candidato para senador pelo presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, pelo senador Vanderlan Cardoso, pelo deputado federal Francisco Júnior, além do presidente do partido em Goiás que é o meu amigo Vilmar Rocha. Inclusive, quando eu fui à Goiás fazer algumas reuniões, o presidente do partido Gilberto Kassab me acompanhou e reafirmou repetidas vezes que eu sou o candidato do partido. Então, não vejo muita dúvida a esse respeito. Evidentemente, eu tenho que conversar bastante aí em Goiás com diversos partidos, porque a decisão do partido em relação a alianças é uma decisão que tem de envolver toda a liderança do partido no estado que nós temos que conversar sobre as diversas alternativas de alianças. Mas o PSD definiu que tem um componente na chapa majoritária que é o candidato à senador, vaga a qual me convidaram.
ALIANÇA COM CAIADO
É um pouco prematuro isso. Tivemos uma reunião com o governador Caiado, ele é um amigo de muitos anos. Nossas famílias são amigas e temos uma satisfação muito grande de conversar. Tivemos uma conversa muito interessante, boa e produtiva e programamos próximas conversas. Eu acho prematuro. Eu tenho uma alternativa de vida que eu não trabalho sob hipóteses. Eu trabalho com fatos concretos. Desde a minha carreira como presidente de uma organização financeira global, presidente do Banco Central do Brasil, ministro da Fazenda e agora na secretaria da Fazenda, Planejamento e Economia do estado de São Paulo eu sempre trabalho com a realidade. Esse é o ponto fundamental. Vamos desenvolver as conversas e à medida que os fatos forem se desenvolvendo tomamos as decisões adequadas.
POSSÍVEL CANDIDATURA AO GOVERNO DO ESTADO
Essa hipótese não existe. Eu não pretendo no momento me candidatar a um cargo no executivo. O que estamos discutindo é no que diz respeito à alianças. Mas tem duas coisas que estão definidas: 1) eu não sou candidato a um cargo executivo e 2) o candidato do PSD na chapa majoritária é o candidato ao Senado, posição pelo qual me convidaram.
AGENDA EM GOIÁS
Além dos aliados eu tive uma agenda com o governador, com o presidente da Assembleia Legislativa, o Lissauer e estamos programando as próximas ações. Conversei recentemente com empresários de Goiás, fiz uma palestra, tenho tido palestras com outros grupos por meio de lives. Tenho tido uma intensa ação digital. No momento que a justificativa para uma presença de viagens, eu estou pronto a isso a partir do mês de setembro.
EXPERIÊNCIA NA VIDA PÚBLICA
Evidentemente, hoje eu tenho mais experiência na vida pública. Em 2002 eu tinha uma longa experiência como presidente de uma instituição financeira global. Uma instituição que tinha presença em 32 países então não tenha dúvidas que era uma experiência muito boa, principalmente naquela época, para trazer investimentos para Goiás, etc. Depois disso, eu fui oito anos presidente do Banco Central do Brasil, o presidente que mais tempo ficou no cargo. Um período onde o Brasil e Goiás cresceram muito. Um período onde 50 milhões de brasileiros saíram da pobreza e onde os goianos tiveram um momento importante de padrão de vida e de melhora em todas as classes sociais. Posteriormente, fui ministro da Fazenda, encontrei o Brasil na maior recessão da história e tiramos o Brasil e Goiás dessa recessão. Hoje, minha experiência na vida pública é muito maior. Naquela época, eu tinha uma experiência de grandes organizações globais. Hoje, eu tenho uma intensa experiência de política econômica no Brasil, seja no Banco Central, no Ministério da Fazenda ou dirigindo agora a economia de São Paulo que é 40% da economia nacional.
O QUE FARÁ COMO SENADOR
As possibilidades são muito grandes em duas áreas, não só na area legislativa e confecção de aprovação de políticas públicas que tem uma influência muito grande no estado de Goiás e tem também uma coisa que será fundamental nessa retomada: a atração de investimentos. Eu tenho uma relação muito grande não só com investidores nacionais, aqui tenho uma relação intensa com investidores de São Paulo que tem interesse de investir em Goiás. Então, ainda é possível que nós possamos nesse aspecto incrementar o volume de investimentos em Goiás. E tenho também relações muito intensas com investidores internacionais. Não só na área legislativa, na área de alocação de recursos federais e também principalmente na atração de investimentos seja nacionais e internacionais, acredito que será muito útil.
DEMORA PARA INICIAR A VACINAÇÃO
O Brasil precisa vacinar rapidamente o maior número de pessoas. Felizmente, está vacinando o tempo perdido, hoje já estamos num ritmo de vacinação intenso, o que é muito importante, porque a vacina não só salva vidas mas também é crucial na economia. Isto é, na medida que a economia está dependente do ritmo de vacinação para se recuperar plenamente é muito importante que nós mantenhamos esse ritmo e o Brasil possa recuperar não só a proteção a sua população contra a crise sanitária e o covid, mas também crescer em ritmo que o estado precisa e merece.
CORONAVAC
O estado de São Paulo produziu a vacina. São Paulo tem o Instituto Butantan, que tem 120 anos de existência e tem uma tradição de produção de vacinas. Vacina contra gripe, febre amarela. E o Butantan foi pioneiro no acordo inicial com a empresa chinesa Sinovac para a produção da Coronavac e portanto o estado produziu um volume muito grande de vacinas e distribuiu para os demais estados. São Paulo manteve dentro da sua produção o percentual equivalente à população de São Paulo como percentual da população brasileira e o resto forneceu aos outros estados e agora está desenvolvendo a segunda geração de vacinas, que será integralmente produzida no Brasil inclusive os insumos que é a Butanvac. Portanto, o Butantan tem uma posição pioneira e forte na produção de vacinas. Já produziu e está produzindo a Coronavac com insumos importados e agora vai produzir a Butanvac que já está em testes, totalmente produzidos com os insumos no Brasil. Tive uma participação nisso, desde que fizemos uma visita a China em 2019, depois com a abertura do escritório de São Paulo em Xangai, toda essa negociação com a China e a empresa Sinovac foi fundamental para que esse processo de liderança do Instituto Butantan na vacinação no Brasil pudesse ser implementado e salvado vidas.
URNAS ELETRÔNICAS X VOTO IMPRESSO
Eu acho que o sistema está funcionando muito bem. Não há provas de fraude no voto eletrônico, é um sistema confiável. Nós nos lembramos bem do sistema de voto impresso. Há grandes limitações nesse sistema, tanto que o voto eletrônico passou a ser adotado. O voto impresso tem aquela história de votar lá na urna, tira da urna, bota e conta manualmente, tem uma interferência humana muito grande. Não há nenhuma prova ou evidência no voto eletrônico. Evidentemente, a decisão é do Congresso Nacional que é soberano e está em processo de votação. Na Comissão Especial a respeito na Câmara dos Deputados o voto impresso perdeu, mas não perdeu ainda a possibilidade de ser implementado. É uma discussão válida, se algumas pessoas e o próprio presidente tem dúvidas, acho que isso tem de ser discutido amplamente pela sociedade, imprensa e pelo Congresso.
“NÃO HÁ SEQUER HIPÓTESE”, SOBRE SER VICE DE LULA
Eu não tenho conversações com o ex-presidente Lula e portanto, não é algo que esteja a essa altura nem no conjunto das hipóteses. Não há esse tipo de conversa. Outras pessoas têm conversado sobre isso, não comigo. Não é algo para mim que tenha qualquer sentido concreto. Não trabalho sequer como hipótese essa possível candidatura.
CRÍTICAS DO PSDB EM GOIÁS
Eu tenho relações muito boas com o PSDB, com líderes do PSDB, com ex-governador Marconi Perillo. Do meu ponto de vista, não há nenhum problema na relação com o PSDB. Pode ter havido algum mal entendido que já foi devidamente esclarecido. Não tenho grandes problemas, inclusive, em 2002 fui candidato em Goiás pelo PSDB e eleito com a maior votação da história. Portanto, eu tenho relações historicamente boas, estou em São Paulo, dirigindo a economia de São Paulo, é um governo do PSDB.