07 de março de 2025
ELEIÇÃO NO SENADO • atualizado em 01/02/2025 às 16:04

Davi Alcolumbre volta a presidir Senado, eleito com 73 votos

Dos 81 senadores, apenas oito votaram em outros dois candidatos que disputaram; de cinco candidaturas, número caiu para três com duas desistências
Davi Alcolumbre eleito para presidir Senado novamente - Foto: Andressa Anholete / Agência Senado
Davi Alcolumbre eleito para presidir Senado novamente - Foto: Andressa Anholete / Agência Senado

Confirmando o favoritismo ancorado em um acordo suprapartidário que envolveu situação e oposição, o senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) foi eleito presidente do Senado, novamente, neste sábado (1º/2), com 73 dos 81 votos. É a segunda vez que o parlamentar presidirá a Casa. O mandato iniciou neste sábado e vai até 1º de fevereiro de 2027.

Já na Câmara dos Deputados o processo para nova Mesa Diretora iniciou pela manhã e a votação começa 16h.

Na votação desse sábado no Senado predominou a tranquilidade. Cenário diferente da sua primeira eleição a presidente do Senado, para mandato de 2019 até 2021, quando houve um processo tumultuado por desistências, voto fantasma e “roubo” de pasta.

Davi Alcolumbre tinha sido sucedido por Rodrigo Pacheco (PSD-MG), a quem apoiou, e agora retoma o posto com o apoio de Pacheco. Ao seu redor, partidos que confrontam, como PT e PL.

Além dele também disputaram a presidência da Casa os senadores Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) e Eduardo Girão (Novo-CE). Chegaram a anunciar que disputariam, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) e o senador Marcos do Val (Podemos-ES), mas ambos apenas discursaram e usaram esse espaço para anunciar a desistência.

Os senadores Astronauta Marcos Pontes e Eduardo Girão alcançaram 4 votos cada.

Presidente governista

Dados da plataforma Radar do Congresso, monitorados pelo portal Congresso em Foco, mostram que Davi Alcolumbre tem uma taxa de governismo de 84%. Com isso, era o candidato à presidência do Senado que mais tinha votado de acordo com a orientação do governo nas pautas no plenário.

No último biênio, Alcolumbre esteve à frente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), colegiado mais importante da Casa onde se indispôs com a ala bolsonarista ao protelar por quatro meses a sabatina com André Mendonça, então indicado por Jair Bolsonaro para ser ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

Outra polêmica foi a demora em pautar o projeto de lei que barra supersalários. Em 2022, Alcolumbre travou por meses a matéria por não designar um relator para a proposição. A relatoria ficou com Eduardo Gomes (PL-TO), eleito primeiro vice-presidente da Mesa, que não apresentou parecer até o momento.

Apesar disso, o senador tem trânsito com governistas e oposicionistas. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA) avalia que a relação do governo com o novo presidente será a mesma que teve com Rodrigo Pacheco.

Defesa da Democracia

Davi Alcolumbre discursou apresentando sua candidatura como a de um “defensor intransigente do diálogo, da construção coletiva e das soluções compartilhadas”. Ele afirmou que o país precisa, neste momento, de uma liderança que una e não promova mais divisão.

Além disso, o senador reforçou seu compromisso com a proteção das garantias e prerrogativas dos senadores e com a preservação da independência do Senado, “conduzindo o cargo com altivez, sabedoria, calma, mas também com firmeza e independência”. Ele defendeu o processo legislativo bicameral, com o respeito às matérias que estejam mais avançadas em cada Casa, a retomada da instalação das comissões mistas para a votação das medidas provisórias e o compromisso “inafastável com a democracia”.

O novo presidente do Senado enfatizou que é preciso coragem para enfrentar desafios, experiência para liderar com sabedoria e, “acima de tudo, um compromisso inafastável com a democracia”. Em recado para esquerda e direita, ele afirmou: “Vamos resistir aos atalhos populistas: nenhuma das diferentes correntes políticas é puro anjo ou demônio. Evitemos os rótulos e discursos fáceis, as distorções dos debates nas redes sociais e as simplificações mal-intencionadas. Nosso objetivo é muito maior: é construir um Brasil que orgulhe as futuras gerações.”


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