A pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada neste sábado (2), revela que a reprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva permanece alta, mesmo após o embate público com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, motivado pelo tarifaço imposto pelos norte-americanos a produtos brasileiros. Segundo o levantamento, 40% dos brasileiros consideram a gestão Lula “ruim ou péssima”, enquanto apenas 29% a avaliam como “ótima ou boa”.
Conforme a pesquisa, a aprovação pessoal do petista também permanece estável: 46% dizem aprovar sua atuação, enquanto 50% a desaprovam. A pesquisa ouviu 2.004 eleitores em 130 municípios brasileiros nos dias 29 e 30 de julho, e indica que o confronto verbal com Trump, apesar de ter ganhado grande repercussão internacional, não trouxe reflexos significativos para a imagem do presidente junto à população brasileira.
A avaliação regular da gestão caiu de 31% para 29% em relação ao levantamento anterior, realizado em junho. Já o percentual dos que não souberam opinar permaneceu em 1%. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Em contraste com os dados do Datafolha, a pesquisa Latam Pulse, divulgada no dia 31 de julho pela AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, aponta um movimento oposto na avaliação do governo Lula. Segundo o levantamento, 50,2% dos brasileiros aprovam a gestão do presidente, contra 49,7% que a desaprovam. Foi a primeira vez desde maio que a aprovação supera numericamente a desaprovação, ainda que dentro da margem de erro.
Reprovação é maior entre classe média baixa, evangélicos e moradores do Sul
Os dados da Datafolha mostram que Lula enfrenta resistência especialmente entre os eleitores de classe média baixa (62% de reprovação), entre os mais ricos (57%), evangélicos (55%), moradores da região Sul (51%) e pessoas com maior grau de escolaridade (49%). A faixa etária de 35 a 44 anos também se mostra mais crítica, com 48% de reprovação.
Por outro lado, o presidente tem melhor desempenho entre os eleitores com menor grau de instrução (42% de aprovação) e no Nordeste (38% consideram seu governo ótimo ou bom). Esses dois grupos continuam sendo os principais sustentáculos da base popular do petista.
Tarifaço e expectativas frustradas
A manutenção dos índices negativos ocorre em um contexto de tensões comerciais e diplomáticas. A imposição de tarifas adicionais pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros gerou reações duras de Lula, que classificou as medidas como “ataque injusto à indústria nacional”. A retórica firme gerou expectativa de aumento de apoio popular, especialmente entre eleitores nacionalistas e defensores da soberania econômica, mas a pesquisa mostra que o episódio não foi suficiente para alterar significativamente a percepção sobre seu governo.
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