Em entrevista coletiva concedida logo após a sessão plenária desta terça-feira, 24, o deputado Daniel Vilela (PMDB) prestou esclarecimentos sobre denúncias envolvendo seu nome na operação Miqueias, onde a Polícia Federal desarticulou grupo acusado de atuar em esquemas de lavagem de dinheiro e causar prejuízos a fundos de pensões municipais.
As investigações mostram telefonemas e encontros de uma representante do grupo, Luciane Hoepers, com os deputados estaduais pemedebistas Daniel Vilela e Samuel Belchior e o deputado federal Leandro Vilela, também do PMDB.
Daniel Vilela afirmou que nenhum dos fatos denunciados se consumou. “Nunca a apresentei a nenhum prefeito e a nenhum gestor público que eu tenha relação”, pontuou. Segundo o parlamentar, durante o almoço, Luciane Hoepers disse que representava um grupo que fazia investimentos em gestão previdenciária e que gostaria de apresentar propostas de investimentos para os municípios. “Importante ressaltar que ninguém pode ter certeza se uma pessoa é competente ou não, se ela pratica atos ilícitos ou não”, frisa.
Vilela conta que esteve com Samuel Belchior durante visita ao PMDB nacional e depois foram participar de um almoço e que Luciane teria ligado para o colega de partido pedindo para participar do encontro. “Logicamente sua intenção era conhecer deputados para poder se aproximar e e conseguir vender seus produtos. Nesse primeiro encontro ela não tratou de negócios. Acho até que era uma estratégia, de conhecer primeiro para depois tentar vender alguma coisa”, supõe.
Quanto ao envolvimento de Samuel Belchior, ele afirma que o deputado já deu as devidas respostas à Polícia Federal e espera que mais breve possível possa demonstrar isso publicamente. “No momento que ele entender oportuno vai dar as devidas declarações. Tenho convicção da seriedade do deputado Samuel. Não acredito, pelo que foi publicado até agora, que ele possa ter algum envolvimento nisso. Espero que o mais breve possível ele possa demonstrar isso publicamente”, disse.
Daniel afirmou ainda que suspeita estar sendo vítima de retaliações por causa de denúncias que apresentou recentemente sobre irregularidades envolvendo organizações sociais que atuam em Goiás. “Toda ação tem uma reação na política, mas tenho consciência tranquila sobre tudo que eu faço. Não cometi nem cometo atos ilegais”, salientou.
O parlamentar lembrou ainda que, por causa de seu trabalho, é apresentado diariamente para muitas pessoas, sejam mulheres ou homens. “Seria muita hipocrisia dizer que isso não acontece”, afirmou.
Sobre denúncias da participação da prefeitura de Aparecida de Goiânia no esquema, ele esclareceu que vários municípios fizeram investimentos que não corresponderam as expectativas e, esse caso específico do município administrado vizinho a Goiânia, ocorreu antes da operação Miqueias.
Plenário
Durante discurso no Pequeno Expediente, o parlamentar também disse que tem sua consciência tranquila e que não é investigado pela Polícia Federal na Operação Miqueias. De acordo com ele, não pode responder por atos que não tenha praticado. O peemedebista informou que apenas teria almoçado com a mulher investigada, Luciane Hoepers.
“Todos nós, políticos, entendemos o jogo. Toda ação tem reação. Político de oposição está sempre em situação de inferioridade. Toda oportunidade serve para exposição política. Tenho sofrido exposição política e pessoal sem dever. Tenho obrigação de dizer a todos que não tenho participação em nenhuma investigação da Polícia Federal. Falei com a moça que foi presa. Estive com ela em um almoço. Creio que todos almoçam com pessoas, sem saber a procedência. Não serei hipócrita em dizer que ela não teria me pedido para ser apresentada a outros. Não tenho nada a temer. Estou com a consciência tranquila. Não pratiquei crime, mas apenas almocei com alguém”, afirmou o peemedebista.
As informações são da Assembleia Legislativa.
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