A pesquisa Genial/Quaest divulgada na sexta-feira (22) indica que o vice-governador Daniel Vilela (MDB) surge como o nome mais competitivo para a sucessão em Goiás nas eleições de 2026, segundo análise do cientista político e diretor da Quaest, Felipe Nunes. Vilela lidera com 26% das intenções de voto, quatro pontos à frente do ex-governador Marconi Perillo (PSDB), que aparece com 22%, revelando empate técnico entre ambos.
Para Nunes, o dado se destaca porque, mesmo ainda pouco conhecido em relação a Perillo – que teve quatro mandatos de governador -, Daniel já mostra desempenho sólido. Isso, observa o especialista, indica margem para ele crescer junto ao eleitorado.
O cenário permite concluir que, enquanto Daniel tem espaço para ampliar sua base à medida que se torne mais conhecido, Marconi pode entrar na corrida dentro do seu limite, contido pela alta rejeição acumulada por causa dos seus governos. O ex-governador também sofreu derrotas sucessivas.
A análise foi publicada em entrevista ao jornal O Popular neste sábado (23) e festejada pelos governistas. A expectativa é de que o vice assuma o governo do Estado quando Ronaldo Caiado (UB), se afastar do governo goiano para iniciar oficialmente a pré-campanha a presidente da República em 2026.
Mesmo ainda muito desconhecido, Daniel Vilela, vice de Caiado, já aparece na frente do ex-governador Marconi Perillo” – Felipe Nunes
Para ele, o dado revela que Daniel tem um “piso alto”, garantido pela baixa rejeição e pelo apoio de Caiado, que ostenta a maior aprovação do país entre governadores: 88%.
Além disso, 73% dos goianos afirmam querer que Caiado eleja seu sucessor, o que fortalece diretamente a candidatura do emedebista à medida que ficar claro para o eleitorado que ele é o candidato do governador.
“Acho que esse resultado revela que o ex-governador Marconi, muito conhecido, parece ter um teto, e o vice-governador, muito pouco conhecido, parece ter um piso alto. E é aí que eles se encontram, um com piso alto, outro com teto baixo”, avaliou Nunes. Esse cenário explica as dificuldades de avanço do tucano, mesmo após décadas de protagonismo político em Goiás.
Depois de quatro mandatos de governador, Marconi acumula derrotas consecutivas nas urnas: em 2018, quando não conseguiu se eleger senador, mesmo em uma disputa com duas vagas, e em 2022, ao perder para Wilder Morais (PL), quando obteve 19,8% dos votos válidos. Esses resultados, reforçam a percepção de que o tucano atingiu um teto difícil de superar.
Para agravar, ainda está o fato do partido que Perillo preside nacionalmente, o PSDB, estar em fase de dissolução, sem representantes de peso em nível local e nacional.
Para Felipe Nunes, o vice-governador deve aproveitar o capital político que Caiado desenvolveu no Estado “para alavancar sua candidatura”. Prestes a assumir o governo em abril de 2026, Daniel terá a chance de consolidar sua imagem como gestor e ampliar a vantagem já indicada pelas pesquisas, que hoje o projetam como o candidato mais competitivo ao Palácio das Esmeraldas.
O levantamento da Quaest ouviu 1.104 eleitores em 52 municípios goianos entre os dias 13 e 17 de agosto de 2025. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%.
Leia mais sobre: Daniel Vilela / Eleições 2026 / Marconi Perillo / Ronaldo Caiado / Política

