Em entrevista a Rádio Bandeirantes, a ex-ministra e senadora eleita, Damares Alves, mudou discurso sobre os relatos de abuso de crianças no Pará. Em culto realizado em um Igreja de Goiânia, ela chegou a afirmar que menores estavam sendo traficadas para fins sexuais na Ilha do Marajó, e gerou burburinho nas redes sociais.
Desde a fala polêmica, a ex-ministra tem sido pressionada a apresentar provas sobre suas afirmações. Em seu discurso, ela chegou a mencionar que as crianças teriam os dentes arrancados para praticar sexo oral, provocando a revolta de internautas, que cobraram explicações sobre as ações tomadas pelo governo.
Na entrevista, Damares voltou atrás e afirmou que não teve acesso aos dados sigilosos, que são encaminhados a ouvidoria do ministério. “O que eu falo no meu vídeo são as conversas que eu tenho com o povo na rua. Eu não tenho acesso, os dados são sigilosos. Mas nenhuma denúncia que chegou na ouvidoria deixou de ser encaminhada”, disse a senadora eleita.
Ainda sem tratar dos dados ou fontes que comprovem seus relatos, Damares continuou afirmando que o fato é algo comum e não acontece apenas na Ilha do Marajó, mas também na região da fronteira. “Isso tudo é falado nas ruas do Marajó, nas ruas da fronteira. No começo do meu vídeo eu falo Marajó, porque é onde a gente começou o programa. Mas o tráfico de crianças acontece na fronteira. Essa coisa de que as crianças quando saem, saem dopadas, e seus dentinhos são arrancados onde elas chegam, a gente ouve nas ruas na fronteira”.
A ex-ministra declarou que esse “foi um depoimento do meu coração dentro de uma igreja”, e que as pessoas estão “politizando um tema complicado”. Damares concluiu, dizendo que quer deixar para discutir melhor a situação depois das eleições. “Vamos deixar passar a eleição, conversar sério, olho no olho, depois da eleição”.
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