21 de novembro de 2024
Atenção redobrada • atualizado em 10/01/2024 às 13:48

Cuidados nas férias: Especialista alerta sobre risco de acidentes nesse período

Em entrevista, a médica pediatra, Giselle Pulice faz um alerta para a importância de se ter um olhar preventivo, dentro e fora de casa
Além das quedas, um outro fator preocupante é a intoxicação ou o envenenamento por medicamentos e produtos. (Foto: Shutterstock)
Além das quedas, um outro fator preocupante é a intoxicação ou o envenenamento por medicamentos e produtos. (Foto: Shutterstock)

Férias e acidentes ainda são uma associação comum. Durante o período as crianças demandam mais atenção de pais e cuidadores. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), os acidentes aumentam em 38% nesta época e são a principal causa de morte em crianças de um a 14 anos. Em entrevista ao Diário de Goiás, a médica pediatra, Giselle Pulice faz um alerta para a importância de se ter um olhar preventivo, dentro e fora de casa.

A especialista inicia destacando que, entre as possibilidades de acidentes dentro e fora de casa nas férias, o principal são as quedas. “O primeiro fator que é importante observar é o local de onde essa criança caiu. Crianças pequenas e bebês, se caírem de uma superfície maior do que um metro, já precisam ir ao pronto-socorro”, afirma. “Se nessa queda, a criança bateu a cabeça e fez um galo, ou existe algum sinal de fratura na cabeça, é preciso um atendimento médico”, completa.

Muitas vezes a criação de um filho é tão desafiadora que não basta só amar. A gente precisa agir e com muita, muita responsabilidade. Então, o amor, ele é maravilhoso, mas ele não basta na criação de uma criança.

Giselle Pulice, médica pediatra

Além das quedas, um outro fator preocupante é a intoxicação ou o envenenamento, que por algum descuido, as crianças pequenas podem ser intoxicadas, em geral, por produtos encontrados em casa, como medicamentos, produtos de limpeza, cosméticos, inseticidas, tintas, solventes, entre outros. “A ingestão de medicamentos são os casos mais comuns de causarem intoxicação”.

Nesse caso, além de deixar fora do alcance dos pequenos, os remédios devem ser apresentados para elas de uma forma mais realista, para ficar claro que o uso deve ser controlado pelos pais. “Eu sempre falo para os meus pacientes aqui no consultório que muitas vezes a gente fala que aquilo é uma ‘balinha’ para que a criança possa ingerir aquele medicamento. Então, a gente tem que tomar cuidado com isso”, alerta.

Além dos medicamentos, Giselle também destaca que os produtos de limpeza, cosméticos e inseticidas, precisam ser armazenados onde a criança não tenha acesso. “Muitas vezes, na nossa casa, a gente deixa em gavetas baixas, produtos de limpeza, às vezes um produto de maquiagem e a criança pega aquele produto, ingere e isso dá uma série de complicações no corpo dela”, completa.

Afogamento entre principais acidentes nas férias

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), 15 pessoas morrem afogadas no Brasil diariamente. Os afogamentos são a primeira causa de morte de crianças de 1 a 4 anos e a terceira na faixa etária de 5 a 9 anos. E diferente do que se imagina, não é preciso uma piscina ou uma grande quantidade de água para que uma fatalidade aconteça.

Os baldes e os vasos sanitários também oferecem risco, principalmente para crianças menores de 1 ano. “Sempre falo que balde tem que ser guardado de cabeça para baixo. E, se possível, num ambiente ou em um armário mais em cima”, explica Pulice. Já no caso de afogamentos em vaso sanitário, a opção para prevenir é manter sempre a tampa fechada e, se possível, instalar travas de segurança.

Em uma abordagem mais ampla, incluindo rios, lagos e piscinas, a dica para evitar acidentes é investir em uma boa boia. “É preciso pesquisar, perguntar para um especialista qual é a boia específica para a idade e o peso do seu filho. Além disso, nada deve excluir o monitoramento. Então, uma outra dica é nomear quem vai cuidar daquela criança naquele momento. Supervisão é muito importante”, reforça.

Em casa, a recomendação é de que as piscinas sejam cercadas e devidamente trancadas ou cobertas com telas de proteção a menos que haja alguém completamente responsável por acompanhar a brincadeira.

Alimentação e higiene do sono

A especialista conta que, neste momento, Goiás sofre um surto de gastroenterite, provocado pelo contato com alimentos contaminados. Segundo Giselle, as infecções e intoxicações alimentares podem ser evitadas com simples hábitos, como analisar a procedência do alimento e priorizar a ingestão de alimentos in natura, como frutas e verduras.

Com relação ao sono, Giselle conta que no período de férias as crianças podem ser induzidas a saírem da rotina e os pais a ficarem mais permissivos. “Apesar de ser férias, não vamos fazer extremos muito grandes, nem na alimentação e nem no sono. A criança precisa ter uma rotina para que ela tenha a imunidade mais equilibrada e também para não ser tão sofrido e tão difícil retornar às aulas”, finaliza.


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