O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) concedeu à cidade de Cristalina, localizada a 271 km de Goiânia, a certificação de Indicação Geográfica de Procedência aos cristais de quartzo da região, o que reconhece a originalidade e a reputação única dos produtos locais. Agora, com a certificação, garimpeiros e artesãos da cidade poderão emitir o selo de procedência e identificação do cristal, o que agregará valor aos produtos.
O município de Cristalina está situado sobre o maior domo de cristal lemuriano do mundo, uma formação geológica de grandes proporções. A placa subterrânea é tão extensa que influencia o turismo, a economia e, segundo terapeutas e estudiosos, até a energia vibracional da região.
O selo “Cristal de Cristalina” garantirá aos consumidores e turistas que os cristais oriundos da região são genuínos, extraídos e trabalhados em um território de tradição e excelência mineral. A conquista mobilizou garimpeiros, artesãos, comerciantes e entidades de desenvolvimento.
“Foi uma conquista muito importante para nossos garimpeiros, artesãos e para a nossa cidade. Temos a maior reserva de cristal do mundo, mas ainda não tínhamos um documento que pudesse certificar de forma oficial. Agora, com a indicação de procedência da IG, podemos emitir o selo de origem do nosso cristal”, comemorou o vice-presidente da Associação dos Artesãos, Garimpeiros e Mineradores de Cristalina, William Souto.
Benefícios da certificação
O atual presidente da Associação, Gabriel Pereira de Souza, disse que essa chancela vai agregar valor ao trabalho de todos e que esse Selo de IG de Procedência torna definitivamente Cristalina como referência em cristal de quartzo lemuriano. “Agora temos efetivamente um diferencial competitivo comprovado”, explicou.
Os cristais lemurianos da jazida de Cristalina são diferenciados, porque a coloração da pedra é obtida com a evolução do núcleo de cor, a partir de tecnologia de aceleração de elétrons, que permite dar a essas pedras o que a natureza faria em milhões e milhões de anos. O cristal lemuriano em toda a sua linha de cores mundialmente conhecidas como ‘green gold’ é uma exclusividade do Vale dos Cristais.
Para Cléber Chagas, gerente da Regional Entorno DF e Nordeste do Sebrae Goiás, entidade que apoiou no passo a passo a certificação, a expectativa é que todo esse trabalho aumente a geração de emprego e renda na cidade, que hoje conta com quase 90% de pequenos negócios cadastrados.
“Com certeza deve haver um ganho não só para a cadeia produtiva dos cristais como a geração de novos negócios, fortalecimento do comércio e serviços, ampliação de mercado e atração de mais visitantes para o turismo de experiência, que tem se fortalecido a partir dos cristais”, explicou Cleber.
O coordenador de Inovação do Sebrae Goiás, Athos Valladares, ressalta o papel da certificação na competitividade de mercado e na economia da região. “A obtenção de uma IG traz diversas vantagens para os municípios ou regiões. Garante a proteção legal contra a concorrência desleal e o uso indevido do nome geográfico, agrega valor ao produto e aumenta a competitividade no mercado nacional e internacional. Isso pode resultar em um aumento significativo na renda dos produtores locais e na geração de empregos”, destacou.
Outras IG conquistadas em Goiás
O Estado de Goiás possui o selo de duas IG com Indicação de Procedência (IP): o Açafrão da Região de Mara Rosa (que inclui os municípios de Formoso, Amaralina e Estrela do Norte) e a Prata de Pirenópolis. Outras três estão em processo de finalização, que são a Jabuticaba de Hidrolândia, as Esmeraldas de Campos Verdes e o Artesanato de Olhos D’Água.
A Cachaça de Orizona está em fase de análise, uma das várias etapas necessárias para adquirir o selo. E dois artesanatos goianos já tiveram diagnóstico positivo para iniciar o processo de IG: o Artesanato de Capim do Brejo, em Serranópolis, e a Cerâmica Boa Nova, em Ipameri.
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