O secretário de Estado da Saúde de Goiás, Rasivel dos Reis Santos Júnior, afirmou, na manhã desta segunda-feira (21), que a crise vivenciada atualmente na saúde pública de Goiânia impacta no sistema estadual. Isso porque, segundo o profissional, a capital, que deveria suprir às necessidades dos demais municípios, tem, pelo contrário, demandado serviços para as cidades vizinhas.
A declaração foi dada durante o programa Jackson Abrão Entrevista, do Popular. “Goiânia, que é a capital e tem os maiores equipamentos de saúde e 21% da população de todo o Estado, com 1,5 mi habitantes, tem uma interferência muito grande na saúde do Estado”, enfatizou o secretário, com a afirmativa de existirem pactuações da cidade com vários municípios.
“Quando esse local não atende, isso sobrecarrega todo o sistema estadual e, por incrível que pareça, mesmo tendo o maior número de equipamento em Goiânia, há uma inversão de fluxo. A população que tem que ser atendida em Goiânia tem procurado Senador Canedo, Trindade, sobrecarregando o entorno da capital”, salientou o secretário.
O questionamento, segundo Jackson Abrão, foi feito ao secretário do Estado em função da ausência de respostas da administração municipal. “A gestão de Goiânia precisa melhorar na questão da saúde para ajudar o Estado. Não pode ser a capital puxando a saúde para baixo. A capital tem que ajudar o estado a elevar a qualidade da saúde”, destacou Rasivel.
“A prefeitura tem que ter responsabilidade com o cidadão, na continuidade dos serviços públicos essenciais. Isso é muito importante. A questão do controle das contas tem que ser feita ao longo do mandato e não nos últimos três meses de mandato”, acrescentou.
Repasse de verba
O secretário disse que houve tentativa de diálogo para que fossem garantidos pelo menos os repasses às unidades de saúde do município, que necessitam da verba para se manter. Segundo Rasivel, oito hospitais, totalizando 117 leitos de UTI, deixaram de realizar atendimentos pelo SUS no município, em função da falta dos pagamentos. “Isso faz uma diferença tremenda. Impacta em todo o Estado”, observou.
“Os hospitais precisam fazer a assistência adequada e receber o recurso, porque eles vivem desses recursos e não conseguem sustentar sem o repasse da Prefeitura e, muitas vezes, o repasse do Estado, que acabava sendo retido na Prefeitura”, ponderou o secretário.
Falta de profissionais para vacinação
Rasivel disse que a Secretaria de Estado da Saúde recebeu, ainda, diversas denúncias com relação à vacinação no município. Isso porque, não há profissionais na unidade para a aplicação dos imunizantes. “Não está faltando vacina, está faltando gente para vacinar”, disse.
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