O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou levantamento nesta segunda-feira (27) que aponta que a crise econômica que atinge o Brasil começa a perder fôlego. No entanto, segundo o coordenador do Grupo de Conjuntura do Ipea, José Ronaldo Souza Júnior, ainda será necessário mais tempo para a recuperação do país.
O levantamento da Carta de Conjuntura avalia dados econômicos divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para o Ipea, os sinais de que a crise está perdendo força podem ser percebidos principalmente na indústria nacional. Além disso, a desvalorização do real ante o dólar beneficia o setor exportador brasileiro, especialmente os segmentos têxtil, madeireiro e de calçados.
A desvalorização do real também eleva a competitividade brasileira no setor externo e estimula a substituição de importação na produção de alguns bens intermediários, ou seja, nos insumos utilizados pelo setor produtivo. Por outro lado, a desvalorização faz com que a importação de máquinas e equipamentos fique mais cara e prejudique investimentos no setor produtivo.
Ainda estão em retração os setores de serviços e comércio. “Os serviços tendem a levar um tempo maior para se recuperar porque depende muito da renda dos consumidores e essa renda vai demorar a se recuperar por conta da questão do emprego”, afirmou o coordenador.
Outro fator que prejudica a recuperação da demanda doméstica por bens e serviços é a renda e o desemprego. “A gente vê um longo caminho [para a recuperação da economia], porque a gente olha para os indicadores de confiança, principalmente dos consumidores, e vê que eles ainda estão muito pessimistas”, concluiu Souza Júnior.
Com informações da Agência Brasil
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