De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, Infraestrutura, Cidades e Assuntos Metropolitanos (Secima), a gestão hídrica implementada pela pasta foi um sucesso e evitou uma crise de abastecimento de água em Goiânia e em Aparecida durante o período de estiagem. Segundo a secretaria, isso foi possível devido ao planejamento detalhado e às medidas preventivas adotadas desde o último mês de março, quando foi baixado o Decreto de Emergência Hídrica nas Bacias do Meia Ponte e do João Leite, por orientação do governador José Eliton.
Conforme explicação da Secima, ações de fiscalização da captação irregular de água no manancial a montante (antes) da captação pela Saneago, em Goiânia, assim como o controle e monitoramento dos empreendimentos outorgados na região contribuíram para que a vazão do Meia Ponte permanecesse acima de 1.500 litros por segundo.
Caso a vazão ficasse abaixo deste limite mínimo, a empresa estatal teria de adotar plano de racionamento conforme recomendado pela AGR e pelo Ministério Público Estadual. Mas segundo a secretaria, isso não foi necessário, mesmo na época do maior pico de seca, nos meses de agosto e setembro.
“Estamos terminando o período de seca deste ano e o Meia Ponte está com vazão em torno de 3.500 litros por segundo. Este é o resultado de um planejamento detalhado que nos garantiu a segurança hídrica necessária para o abastecimento de água da população da Região Metropolitana de Goiânia, a dessedentação de animais e ainda o funcionamento dos empreendimentos outorgados instalados na Bacia”, afirmou o secretário titular da Secima, Hwaskar Fagundes.
Relatório
O relatório sobre a situação da Bacia do Meia Ponte e as principais ações executadas pela Secima foram apresentados durante a reunião do Conselho Estadual de Recursos Hídricos, realizada na manhã desta terça-feira (02/10), no auditório Jaime Câmara. De acordo com o balanço da Pasta, no período de maio a setembro último foram fiscalizados 10 municípios que integram a Bacia do Meia Ponte, com 350 pontos visitados, que resultaram em 239 autos de infração e R$ 1,082 milhão em multas, além de 90 autos de advertência e 60 termos de embargo. O trabalho envolveu 18 fiscais da Secima e 6 policiais do Batalhão Militar Ambiental.
Conforme o Hwaskar Fagundes, outra medida que está sendo tomada é a determinação de instalação de vazão ecológica nas barragens, que vai garantir o fluxo da água nas represas ao longo da bacia, mesmo no perído da estiagem. O secretário acrescenta que o Governo não se limitou a ações emergenciais, mas já prepara o planejamento a longo prazo para o Meia Ponte. Nesse sentido, contratou a Fundação de Apoio à Pesquisa (Funape) da UFG para a elaboração de quatro Planos de Bacias Hidrográficas, sendo que uma delas é a Bacia do Meia Ponte. “Com base em critérios técnicos definidos pelo Plano será possível estudar detalhadamente a bacia hidrográfica e definir sua vocação e seu uso racional para os próximos 20 anos”, afirmou.
Adutora
Outra iniciativa do Governo para garantir a segurança hídrica da população da Região Metropolitana de Goiânia foi a construção, pela Saneago, de uma adutora para possibilitar a interligação entre os Sistemas Mauro Borges e João Leite. A adutora foi inaugurada na última segunda-feira (1º/10). Ela tem 12,5 quilômetros de extensão e capacidade de vazão de 800 litros por segundo. Foi orçada em R$ 20 milhões e executada com recursos próprios da estatal.
O objetivo da adutora é transferir água de uma unidade para outra, evitando o desabastecimento caso ocorresse algum problema com a vazão do Meia Ponte. Vale lembrar que a Saneago capta, em épocas normais, 2.300 litros por segundo de água do Meia Ponte para abastecer cerca de metade da população de Goiânia e Aparecida de Goiânia. Nos últimos meses, devido à redução de consumo propiciada por uma campanha de uso racional, a Saneago estava captando 2.000 litros por segundo, volume devidamente monitorado pela Secima.
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