A crise entre o presidente Jair Bolsonaro e o PSL pode levar ao fim da relação. Segundo reportagem publicada pelo Estadão, Bolsonaro, mesmo amenizando o discurso duro após a investigação sobre o ministro do Turismo no caso dos laranjas em Minas Gerais avançar, tenta deixar a sigla.
O presidente quer sair do partido sem fazer com que parlamentares do seu grupo percam o mandato por infidelidade partidária. No entanto, como essa saída é mais demorada, os advogados de Bolsonaro tentam costurar uma fórmula jurídica para que recursos do fundo partidário migrem para a nova sigla do presidente, caso ele confirme a decisão de se desfiliar do PSL. Por ter sido o mais votado nas últimas eleições, a legenda será a que mais receberá fundos para financiar candidaturas, com cerca de R$ 400 milhões.
Aliados de Bolsonaro cogitam a ideia de que ele se filie ao Patriota ou a um novo partido, que seria chamado de Conservadores. A sigla ainda está se estruturando e nasceria a partir da antiga União Democrática Nacional (UDN). Se deixar o PSL, o presidente se filiará à nona legenda de sua carreira política.
Uma eventual saída de Bolsonaro do PSL pode trazer efeitos colaterais. Seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro, é presidente da sigla em São Paulo e comanda a Comissão de Relações Exteriores da Câmara, vista como vital para impulsionar sua candidatura à Embaixada Brasileira nos Estados Unidos. Se deixar o partido, ele pode perder a cadeira.
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