O presidente Michel Temer disse em vídeo divulgado nas redes sociais nesta segunda-feira (19) que “criminosos não sairão impunes e pagarão o que devem”.
Sem mencionar o momento de tensão com a PGR (Procuradoria-Geral da República) e com o STF (Supremo Tribunal Federal), Temer também defendeu a independência dos Poderes e disse que não pratica “retaliações”.
Como a Folha de S.Paulo mostrou no domingo (18), a mensagem de Temer foi direcionada ao empresário Joesley Batista, do grupo J&F, embora ele não seja diretamente citado.
“Acabamos com os favores que privilegiavam apenas algumas poucas empresas. Cortamos as práticas que permitiam a criminosos crescer à sombra dos ilícitos e do dinheiro público jorrado sem limites e com juros camaradas. Muita gente não gostou disso”, diz Temer no vídeo de pouco mais de quatro minutos.
O presidente prossegue:
“Já está claro o roteiro que criaram para justificar seus crimes. Apontam o dedo para outros tentando fugir da punição. Aviso aos criminosos que não sairão impunes. Pagarão o que devem e serão responsabilizados por seus ilícitos”, afirmou Michel Temer na mensagem divulgada pouco depois de embarcar para viagem oficial por Rússia e Noruega.
O vídeo é mais um ponto da estratégia do Palácio do Planalto de desacreditar as declarações de Joesley Batista, que gravou conversa com o presidente e, em entrevista à revista “Época” divulgada na sexta-feira (16), afirma que o peemedebista é o “chefe” de uma organização criminosa.
“O Temer é o chefe da Orcrim [sigla para organização criminosa] da Câmara. Temer, Eduardo, Geddel, Henrique [Alves], [Eliseu] Padilha e Moreira [Franco]. É o grupo deles. Quem não está preso está hoje no Planalto. Essa turma é muita perigosa. Não pode brigar com eles”, diz o empresário na entrevista.
No sábado (17), Temer divulgou uma dura nota em informava que entraria com ações civil e penal contra o empresário e que o governo “não será impedido de apurar” crimes praticados por Joesley, o que aconteceu no início desta tarde.
“Suas mentiras serão comprovadas e será buscada a devida reparação financeira pelos danos que causou, não somente à instituição Presidência da República, mas ao Brasil. O governo não será impedido de apurar e responsabilizar o senhor Joesley Batista por todos os crimes que praticou, antes e após a delação”, diz o texto de sábado.
Retaliação
Às vésperas de ser denunciado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e em momento de crise após ser acusado de mandar investigar o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luiz Edson Fachin, relator da Lava Jato, Temer defendeu a independência das instituições e disse não praticar “retaliações”.
“As instituições brasileiras são fortes, fortíssimas. Conquista de todos nós. Fortes porque se sustentam na harmonia e na independência dos Poderes tal como foi escrito na Constituição de 1988. É preciso mantê-las para que se realize o desejo de todos: um Brasil pacificado, justo e próspero”, afirmou.
“Vocês sabem que não pratico retaliações. Por tradição e formação, acredito na Justiça. Sempre respeitei a independência dos Poderes. É assim que continuarei agindo”, completou o presidente.
No vídeo, Temer também fala do que fará nos quatro dias de viagem pela Europa, faz um balanço de seu governo, elencando ganhos econômicos e ações como a liberação do FGTS de contas inativas e defende as reformas trabalhista, previdenciária e política. (Folhapress)
Veja vídeo:
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<blockquote class=”twitter-video” data-lang=”pt”><p lang=”pt” dir=”ltr”>Inicio hoje viagem a Rússia e Noruega para buscar oportunidades que vão gerar mais empregos e renda para o trabalhador brasileiro. <a href=”https://t.co/bRl5ZobeXY”>pic.twitter.com/bRl5ZobeXY</a></p>— Michel Temer (@MichelTemer) <a href=”https://twitter.com/MichelTemer/status/876869707986612224″>19 de junho de 2017</a></blockquote>
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