Criciúma, cidade no sul de Santa Catarina, viveu uma madrugada de terror nesta terça-feira (1). Uma quadrilha com homens fortemente armados tomou o Centro do município, invadiu a tesouraria regional de uma unidade do Banco do Brasil, provocou incêndios, bloqueou ruas e acessos, usou reféns como escudos e também atirou.
De acordo com autoridades da cidade, o grupo tinha cerca de 30 pessoas encapuzadas e começou o assalto na agência às 23h50 de segunda-feira (30). A ação teria durado cerca de uma hora e 45 minutos. Houve relatos de que os primeiros tiros começaram por volta da meia-noite. Um vigilante e um policial militar ficaram feridos, mas ninguém morreu.
Reféns foram colocados pelos criminosos para bloquear acesso às ruas e impedir a chegada da polícia. Durante a fuga, parte do dinheiro se espalhou pelas ruas. A Polícia Militar e o Banco do Brasil ainda não divulgaram o valor levado e abandonado. Quatro moradores foram presos depois de recolher R$ 810 mil que estavam nas ruas após a explosão que abriu os cofres do banco.
O grupo também incendiou um túnel em Tubarão, cidade que dá acesso a Criciúma, para impedir a chegada de reforços. Um caminhão com placar de Dumont (SP) foi atravessado na BR-101 e incendiado. Apetrechos que furam pneus de carros também foram espalhados na pista para atrapalhar a ação das forças de segurança.
Mais de 30 quilos de explosivos foram deixados para trás após a ação dos criminosos. A prefeitura de Criciúma solicitou apoio de batalhões policiais de municípios vizinhos e também cidades gaúchas próximas à divisa entre os estados.
Nesta manhã, a polícia catarinense encontrou dez carros usados pelos bandidos na ação em um milharal de uma propriedade privada em Nova Veneza, a noroeste de Criciúma.
A PMSC qualificou a ação como um crime do novo cangaço. Segundo o tenente-coronel Cristian Dimitri Andrade, trata-se de “uma quadrilha do crime organizado, que é especializada em assalto a banco. A gente chama de modalidade ‘novo cangaço’. Eles fazem assaltos simultâneos, atacam quarteis, como atacaram no batalhão também”.