A confiança do pequeno e médio empresário no ambiente de negócios brasileiro aumentou no início de ano.
A alta foi de 3,7% na comparação com o último trimestre de 2017, segundo dados de uma pesquisa do Insper, divulgada nesta segunda (15).
As prioridades variam: enquanto a maioria dos comerciantes e donos de empresas de serviços deve investir mais na divulgação do negócio, os industriais apostam em novos funcionários e compra de equipamentos.
Mas os empresários dos setores de serviços e comércio estão mais confiantes do que os da indústria -nos dois primeiros segmentos, a elevação foi de 5,2% e 4%, respectivamente, contra apenas 0,6% dos industriais.
A alta no otimismo também se repete no Estado de São Paulo, conforme pesquisa do Sebrae-SP apresentada na quinta-feira (11).
Entre os empreendedores paulistas, 35% esperam que a economia do país melhore neste ano, aumento de 9% em relação ao final de 2016.
Na start-up financeira Blu365, de renegociação de dívidas, a aposta para 2018 é de alto crescimento.
O sócio Alexandre Lara, 44, estima que a empresa pode dobrar de tamanho até dezembro e investiu R$ 600 mil num reposicionamento de marca e mudança de nome, aposentando a antiga alcunha, Kitado.
A ideia é agora ir além das renegociações e oferecer serviços de educação financeira aos clientes. “Queremos oferecer novos produtos e conteúdo sobre finanças pessoais”, afirma Lara.
PROCESSO GRADUAL
Em vez de apenas retomar o uso da capacidade produtiva ociosa durante a crise, muitos, como Lara, já avaliam manobras de prazo mais longo, segundo o economista Gino Olivares, pesquisador e professor do Insper.
“Ele está se preparando. Em vez de ocupar toda a capacidade ociosa deixada pela crise, muitos já se antecipam ao pico de demanda.”
A retomada, mesmo que gradual, pode aumentar o número de investidores dispostos a apostar nas pequenas.
“Até no setor de franquias, onde há um modelo de negócio firmado e, por isso, menos risco, estavam todos cautelosos. Isso pode mudar”, diz Alexandre Teixeira, da área de negócios e empresas do banco Santander.
A Zissou, empresa de produtos para o sono, já busca investidores-anjo para custear parte dos R$ 3 milhões que planeja investir. Além de criar novos produtos, a meta é abrir lojas próprias.
“Vamos investir em novos canais de venda, campanhas e gestão de marca”, afirma o sócio Ilan Vasserman, 32.
Para o economista e consultor do Sebrae Pedro João Gonçalves, é vital observar o cenário nos próximos meses.
Mas, como a comparação sai de uma base de retração, o otimismo deve ser acompanhado de uma dose de cautela, segundo Gonçalves, para que os investimentos sejam alocados de forma correta.
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