Aos poucos, o auditório do terceiro andar do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, vai ficando lotado nesta sexta-feira (6), ao som da bateria e gritos que falam sobre resistência.
Integrantes de movimentos sociais e sindicatos se somam para manifestar apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e suas bandeiras se acumulam no alto, próximo ao palco. É ali que muitos aguardam ouvir o petista.
Ao saber que o juiz Sergio Moro determinou a prisão de Lula, o advogado filiado ao PT Alfredo Bonardo, 57, saiu com a esposa e uma amiga de Campinas rumo a São Bernardo. Chegaram por volta das 22h de quinta-feira (5), dormiram no local e pretendem permanecer no sindicato até o desfecho sobre a prisão de Lula.
“Não viemos para ouvir ele falar, mas em defesa da liberdade dele e do movimento democrático e justo. A partir do momento que Moro condenado sem prova, ele abre um precedente contra meus filhos e netos”, afirma Bonardo.
Professora aposentada, Maria Eci, 73, é filiada ao PT desde o início do partido. Ela diz que seu sentimento agora é de muita tristeza por ver uma injustiça prevalecer. “Pessoal do capital todo solto e um inocente sendo julgado.”
De Guararema, na Grande São Paulo, a professora Daniela Ribeiro, 45, também filiada ao PT, seguiu de ônibus com outros integrantes do CMP (Central dos Movimentos Populares), que interromperam um congresso na cidade para ir defender o petista. Daniela afirma que o que Lula está passando é um golpe contra ele e a esquerda, assim como foi a saída de Dilma Rousseff da Presidência. “Nossa expectativa é resistir e apoiar o Lula na decisão que achar melhor.” (Folhapress)
Leia mais:
- Defesa de Lula vai à ONU para evitar prisão de ex-presidente
- Lula decide não ir para Curitiba e avalia se apresentar à PF em São Paulo
- MST bloqueia estradas em cinco estados contra prisão de Lula
Leia mais sobre: Brasil