19 de novembro de 2024
Cidades

CPI dos Incentivos fiscais pode ‘engatar marcha ré’ em Goiás, afirma presidente da Novo Mundo

A CPI dos Incentivos fiscais pode ‘engatar’ uma “ré” e “acelerar para andar para trás”, segundo o presidente da Novo Mundo, Carlos Luciano. Em entrevista ao Diário de Goiás, nesta quinta-feira (03/10), o CEO de uma dos maiores grupos do Estado, comentou sobre os andamentos da CPI, e do projeto de lei aprovado e assinado pelo relator da CPI, o deputado Humberto Aidar (MDB) que estabelece novas regras para os incentivos fiscais no Estado de Goiás e suspende até 2022 a “concessão e fruição dos incentivos e benefícios fiscais” que contemplem os programas Produzir e Progredir, o qual o grupo Novo Mundo está inserido. “Como é o que estado quer ser competitivo, deixando de atrair e ter instrumentos que atraiam empresas ou que façam que as empresas que estão instaladas invistam a mais?”, questiona.

Uma das sustentações de Aidar é que as empresas recebem incentivos em Goiás, mas investem em outros estados. Além do Novo Mundo, o grupo de Carlos Luciano ainda administra a Mega Moda, o Mega Moda Hotel e uma indústria de móveis. “É um grupo que gera 4 mil e 600 empregos. 3 mil empregos em Goiás”, explica. São mais de 10 negócios em todo o estado.

Luciano considera o projeto de lei apresentado por Aidar como um retrocesso e que não colabora com a competição econômica em Goiás. O resultado será o retorno de Goiás a um estado “agropastoril”. “Como é o que estado quer ser competitivo, deixando de atrair e ter instrumentos que atraiam empresas ou que façam que as empresas que estão instaladas invistam a mais? Se isso acontecer, passo a passo, Goiás vai voltando para sua origem que é um Estado agropastoril. O caminho deve ser outro: buscar fomentar, trazer empresas e incentivar empresas que invistam cada vez mais no Estado e que trazem contrapartidas”.

O presidente do grupo que controla a Novo Mundo afirma também que a CPI pode perder seu norte. Em vez do Estado arrecadar mais, o efeito será o contrário. “Goiás não vai arrecadar mais, Goiás vai arrecadar menos. Pode ser que a CPI que teoricamente o propósito é de apurar irregularidades – e que não tem – os incentivos são todos em lei, tem decreto, tem contrato. As empresas são auditadas”, salienta.

Por outro lado, enfatiza a importância da CPI do ponto de vista da transparência e comunicação com a população. “E outra coisa: prestar esclarecimentos. Zero de problema, as empresas irem lá e prestar. Até muito bom pra sociedade para poderem ver aquilo que o Estado tem feito e pode fazer junto com as empresas”, pontua.

Porém, em vez de prestar um serviço relevante a população a CPI pode trazer um efeito inverso. “A CPI pode provocar um deserviço gerando desemprego e desinvestimento. Acho que o povo que escolheu os deputados que estão lá, em especial o deputado que relatou [Humberto Aidar, MDB] deve cobrar deles. ‘Deputado, como vai ficar no dia seguinte?’”, conclui ressaltando que espera a sensibilização da população e de outros parlamentares para que o cenário possa mudar em Goiás.

 

 


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