25 de dezembro de 2024
Política

CPI da Espionagem pede proteção para jornalista britânico

O Senado instalou nesta terça-feira (3) a comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investigará as denúncias de espionagem feita pela Agência de Segurança Nacional americana (NSA) às comunicações brasileiras via internet. No escândalo mais recente, reportagem veiculada pela Rede Globo denuncia que até a presidenta Dilma Rousseff e seus assessores próximos tiveram as correspondências rastreadas e monitoradas pela agência.

Preocupados com a segurança do jornalista Glenn Greenwald, que recebeu e divulgou os documentos do ex-agente da NSA, Edward Snowden, os membros da CPI aprovaram requerimento para que ele receba proteção policial. A presidente da comissão, senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) lembrou que Greenwald teve o apartamento invadido no Brasil, quando foi roubado um laptop.

Além disso, foi aprovado requerimento para que a Polícia Federal disponibilize profissionais para assessorar a CPI. A presidenta da comissão também comunicou que entrará em contato com os ministros da Justiça e da Defesa, além da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Na primeira reunião da CPI, o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), que foi indicado relator, sugeriu que a presidenta se manifeste sobre o assunto durante a próxima reunião da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) e durante visita da presidenta aos Estados Unidos.

“Em setembro, teremos a reunião anual da Assembleia Geral das Nações Unidas, em que o Brasil tradicionalmente faz a abertura. Julgo ser uma oportunidade excepcional para que a presidenta Dilma possa abordar o tema e possa criar todo tipo de constrangimento. Em outubro, temos a previsão de uma visita que a presidenta Dilma fará ao presidente Barack Obama. Creio que esse tipo de agenda [espionagem] terá que constar, por conta de explicações que, julgo, o governo americano deve ao povo brasileiro”, disse Ferraço. Ele disse que pretende convidar o embaixador americano para dar explicações na CPI.

Também membro da comissão, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) defendeu medidas mais duras. Na opinião de Requião, o objetivo do governo americano era obter ilegalmente dados que pudessem favorecer suas empresas em disputas comerciais. Por isso, o senador defendeu que o governo brasileiro deixe as empresas de fora de disputas, como a venda de caças ao Brasil e a concorrência pela exploração do Campo de Libra, do pré-sal.

As informações são da Agência Brasil.


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