O ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso esteve nesta segunda-feira (6) em Buenos Aires, onde deu uma palestra sobre corrupção na Umet (Universidade Metropolitana pela Educação e o Trabalho). O público era composto essencialmente por juristas de vários países da América Latina.
Barroso disse que a corrupção no Brasil se espalhou de modo “espantoso”. E acrescentou: “onde você destampa, vê coisa errada, seja na Petrobras, Caixa Econômica Federal, BNDES”. E acrescentou que as evidências “saltam de qualquer compartimento que se abra”, referindo-se a “áudios, vídeos, malas de dinheiro, apartamentos”.
O juiz disse que o direito penal brasileiro havia sido “incapaz de punir a criminalidade de colarinho branco que criou um país de ricos delinquentes”.
Barroso se referiu a Temer e a Lula, ainda que sem citá-los pelo nome. “É impossível falar sobre o momento institucional brasileiro sem constatar que o presidente foi denunciado vezes, por corrupção passiva e obstrução de Justiça.
Além disso, um ex-presidente foi condenado por corrupção passiva em primeiro grau de jurisdição.”
Também acrescentou que a Lava Jato marca um “antes e um depois” na história do país, por ter mostrado que o que vinha ocorrendo era um “fenômeno generalizado, sistêmico e plural, que envolveu empresas estatais e privadas, partidos políticos, membros do Executivo e do Legislativo, com esquemas profissionais de arrecadação e distribuição de dinheiro desviado”.
Barroso disse que as investigações da Lava Jato “desvendaram “um pacto oligárquico de saque ao Estado brasileiro, por empresários, políticos e burocratas.”
E reforçou que as cerca de 140 condenações emitidas até agora tornam o Brasil “um dos poucos que tiveram a capacidade de abrir suas entranhas”.
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