O coronel da Polícia Militar Edson Luís Sousa Melo Rocha, conhecido como Edson Raiado, e o delegado da Polícia Civil Carlos Alfama, foram transferidos de unidade após as acusações mútuas que provocaram o afastamento de ambos dos postos no final de semana pela Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO).
Edson Raiado, que já foi liderou o Comando de Operações de Divisas (COD) quando foi investigado por Alfama, vai para a PM-8, um grupamento de assessoria que aparece na estrutura da corporação com a sigla As-PM do Tribunal de Justiça.
Já Carlos Alfama, que era delegado da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH) de Goiânia, passou para a Delegacia de Repressão a Narcóticos (Denarc) de Goiânia.
Briga nas redes sociais
Os dois protagonizaram uma sequência de ataques pessoais vinculados ao trabalho utilizando as redes sociais, o que foi considerado impróprio da SSP. No domingo, em nota, a pasta informou sobre a suspensão de ambos para “preservar a integração entre as forças de segurança e garantir a efetividade no combate à criminalidade no Estado”.
Raiado perdeu o comando do COD depois após policiais do comando serem filmados matando dois homens no Setor Jaó. Uma vítima gravou a própria morte.
O inquérito do caso foi comandado por Alfama e resultou na prisão de seis militares. Desde então, o clima entre os dois não era bom, até que o estopim veio com um feminicídio em Bela Vista, fato totalmente sem ligação com o episódio anterior.
Em seus vídeos, o coronel Raiado alegou que as críticas publicadas por ele não se dirigiam à Polícia Civil, mas ao comportamento pessoal de Alfama. Ele chamou o delegado de “puritano hipócrita” e o acusou de agir com “vaidade travestida de justiça”.
Isso porque, no bojo do flagrante sobre o feminicídio, foi exposta a soltura do suspeito de do crime pela Polícia Civil porque os militares que o prenderam não atentaram para as exigências do flagrante e Alfama, que não estava ligado ao inquérito, fez a defesa da conduta da delegada do caso, diante de críticas que estavam surgindo.
Diante do post do coronel, Carlos Alfama respondeu com igual intensidade. Ele acusou o Raiado de divulgar trechos de interrogatórios oficiais e afirmou que o militar ultrapassou os limites: “Coronel, lave a sua boca para falar de mim. Você é um personagem.”
O delegado também destacou sua atuação na DIH, onde diz ter prendido mais de uma centena de homicidas, e ironizou o coronel: “Enquanto isso, o senhor pedia licença para ser segurança de candidato a político [Pablo Marçal]. Sua competência é tão grande que o candidato levou uma cadeirada do Datena.”
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