04 de dezembro de 2025
OUTROS POSTOS • atualizado em 21/10/2025 às 14:33

Coronel Raiado e delegado Alfama são transferidos após troca de acusações em público

Após embates públicos e acusações mútuas nas redes sociais, SSP-GO afasta e realoca coronel Edson Raiado e delegado Carlos Alfama
Delegado (esq) vai para a Denarc e o coronel (dir) vai para assessoria no TJ - Fotomontagem: reprodução redes sociais
Delegado (esq) vai para a Denarc e o coronel (dir) vai para assessoria no TJ - Fotomontagem: reprodução redes sociais

O coronel da Polícia Militar Edson Luís Sousa Melo Rocha, conhecido como Edson Raiado, e o delegado da Polícia Civil Carlos Alfama, foram transferidos de unidade após as acusações mútuas que provocaram o afastamento de ambos dos postos no final de semana pela Secretaria de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO).

Edson Raiado, que já foi liderou o Comando de Operações de Divisas (COD) quando foi investigado por Alfama, vai para a PM-8, um grupamento de assessoria que aparece na estrutura da corporação com a sigla As-PM do Tribunal de Justiça.

Já Carlos Alfama, que era delegado da Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH) de Goiânia, passou para a Delegacia de Repressão a Narcóticos (Denarc) de Goiânia.

Briga nas redes sociais

Os dois protagonizaram uma sequência de ataques pessoais vinculados ao trabalho utilizando as redes sociais, o que foi considerado impróprio da SSP. No domingo, em nota, a pasta informou sobre a suspensão de ambos para “preservar a integração entre as forças de segurança e garantir a efetividade no combate à criminalidade no Estado”.

Raiado perdeu o comando do COD depois após policiais do comando serem filmados matando dois homens no Setor Jaó. Uma vítima gravou a própria morte.

O inquérito do caso foi comandado por Alfama e resultou na prisão de seis militares. Desde então, o clima entre os dois não era bom, até que o estopim veio com um feminicídio em Bela Vista, fato totalmente sem ligação com o episódio anterior.

Em seus vídeos, o coronel Raiado alegou que as críticas publicadas por ele não se dirigiam à Polícia Civil, mas ao comportamento pessoal de Alfama. Ele chamou o delegado de “puritano hipócrita” e o acusou de agir com “vaidade travestida de justiça”.

Isso porque, no bojo do flagrante sobre o feminicídio, foi exposta a soltura do suspeito de do crime pela Polícia Civil porque os militares que o prenderam não atentaram para as exigências do flagrante e Alfama, que não estava ligado ao inquérito, fez a defesa da conduta da delegada do caso, diante de críticas que estavam surgindo.

Diante do post do coronel, Carlos Alfama respondeu com igual intensidade. Ele acusou o Raiado de divulgar trechos de interrogatórios oficiais e afirmou que o militar ultrapassou os limites: “Coronel, lave a sua boca para falar de mim. Você é um personagem.”

O delegado também destacou sua atuação na DIH, onde diz ter prendido mais de uma centena de homicidas, e ironizou o coronel: “Enquanto isso, o senhor pedia licença para ser segurança de candidato a político [Pablo Marçal]. Sua competência é tão grande que o candidato levou uma cadeirada do Datena.”


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