A Coreia do Norte alertou os Estados Unidos, neste sábado (15), a acabar com sua “histeria militar” ou enfrentar a retaliação, enquanto navios e porta-aviões americanos se dirigem à região ante temores de que Pyongyang realize mais uma prova nuclear.
O país apresentou novos mísseis de longo alcance e submarinos durante o desfile que comemora o 105º aniversário do fundador do país, Kim Il Sung.
Segundo especialistas, as armas apresentadas podem ser mísseis balísticos intercontinentais ou só maquetes de projéteis ainda em desenvolvimento.
Esta foi a primeira vez que o governo norte-coreano apresentou armas que podem ter alcance de mais de 1.000 km em uma parada militar.
A tensão na região aumentou desde que as forças navais americanas lançaram mísseis Tomahawk sobre uma base aérea síria na semana passada, em resposta a um letal ataque com armas químicas de Damasco.
O alerta norte-coreano, divulgado pela agência de notícias estatal KCNA, foi feito quando o líder Kim Jong Un chegou à praça Kim Il Sung, em Pyongyang, para a parada militar que marca o chamado “Dia do Sol”.
Soldados e bandas de marcha enchiam a praça, próxima ao rio Taedonggang, sob o sol da primavera, enquanto tanques e sistemas de foguetes aguardavam pela parada.
Os mísseis foram o principal tema da celebração comandada por Kim Jong Un, que fez questão de cumprimentar o comandante das Forças Estratégicas, ala dos militares que cuida do arsenal de mísseis do país.
“Todas as ações provocativas dos Estados Unidos nos campos político, econômico e militar para seguir com sua política hostil contra a DPRK serão frustradas por uma severa reação do exército e do povo de DPRK”, citou a agência de notícias KCNA, atribuindo a fala a um porta-voz do comandante geral das Forças Armadas.
DPRK é a sigla, em inglês, para o nome do país: República Popular Democrática da Coreia.
“Nossa reação mais dura contra os EUA e suas forças será executada de forma tão impiedosa que não permitirá a nossos agressores sobreviver”, acrescentou.
O porta-voz disse que a “grave histeria militar” do governo Trump chegou a uma “fase perigosa que já não pode ser ignorada”.
Do outro lado, os Estados Unidos afirmou que a política de “paciência estratégica” com a Coreia do Norte terminou.
Ao contrário do que já foi visto em outras paradas militares, não foi notada a presença de nenhum oficial da China. O país vizinho é o único aliado da Coreia do Norte, mas já criticou os testes nucleares comandados por Kim Jong Un e aprovou as sanções das Nações Unidas.
Na sexta-feira a China alertou que a tensão poderia estar chegando a um a um ponto de não retorno.
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