A Coreia do Norte aceitou nesta sexta-feira (5) o convite do governo sul-coreano para dialogar e as conversas vão começar na próxima terça-feira (9).
Pyongyang avisou Seul que aceitou a nova rodada de negociações horas após a Coreia do Sul e os Estados Unidos anunciarem que adiaram um exercício militar conjunto na região, um antigo pedido da ditadura norte-coreana.
As conversas vão acontecer na vila de Panmunjom, que fica entre os dois países, e serão o primeiro diálogo oficial entre os dois lados desde dezembro de 2015.
O principal tema do encontro será a participação norte-coreana na Olimpíada de Inverno, que acontece na cidade sul-coreana de Pyeongchang entre 9 e 25 de fevereiro, mas outros temas também poderão ser abordados, disse o porta-voz do Ministério da Unificação da Coreia do Sul, Baik Tae-hyun.
O programa nuclear norte-coreano e os testes de mísseis do país, porém, devem ficar de fora do debate.
Baik disse ainda que Pyongyang pediu que os arranjos necessários para a organização do encontro sejam feitos por documentos escritos. Ainda não estão definidos quem serão os representantes dos dois lados que vão participar das conversas.
A nova rodada de diálogo entre Seul e Pyongyang acontecerá depois que o ditador norte-coreano Kim Jong-un expressou em seu discurso de Ano Novo no dia 1º a intenção de permitir que os atletas norte-coreanos participassem da Olimpíada de Inverno.
A Coreia do Sul imediatamente respondeu apoiando a ideia e no dia 2 fez o convite para um diálogo formal em Panmunjom. No dia seguinte, representantes dos dois lados se falaram por telefone, reabrindo a linha de comunicação que estava fechada há cerca de dois anos.
Kim, porém, avisou que só aceitaria participar das conversas o exercício militar entre EUA e Coreia do Sul fosse adiado. Seul e Washington dizem que o treinamento tem objetivo apenas defensivo, sem ligação com a Coreia do Norte.
A decisão de adiar a operação foi anunciada na quinta-feira (4) a noite pela Casa Branca após uma conversa entre os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Coreia do Sul, Moon Jae-in.
Oficialmente, o secretário de Defesa dos EUA James Mattis, disse que o adiamento foi feito por questões logísticas, para que a operação não coincida nem com os Jogos Olímpicos nem com os Paraolímpicos, que acabam no dia 18 de março. Assim, o exercício militar deve acontecer após o fim das duas competições.
Os Estados Unidos disseram que não vão interferir no diálogo entre os dois países, mas afirmaram não acreditar na disposição de Kim de dialogar.
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