A Copa de 2014 foi marcada por experiências profundamente opostas para o anfitrião e seu vizinho. No caso brasileiro, o 7 a 1 para a Alemanha no Mineirão, palco do confronto com a Argentina nesta quinta-feira (10), iniciou um projeto imediato de renovação da seleção brasileira.
No caso argentino, a derrota por 1 a 0 para a Alemanha, construída no detalhe, apenas prolongou a expectativa em relação à geração marcada por jogadores internacionais que não conseguem terminar competições na primeira colocação pela seleção de seu país.
Inicialmente tocada pelo técnico Dunga, a renovação da seleção brasileira tem sido continuada por Tite. Dos 23 convocados para a Copa, apenas sete -Daniel Alves, Marcelo, Thiago Silva, Fernandinho, Paulinho, Willian e Neymar- estão na atual lista do treinador da seleção brasileira.
Dos titulares do 7 a 1, apenas Daniel Alves, Marcelo e Fernandinho (devido à lesão de Casemiro) devem começar jogando contra a Argentina.
Jogadores como o goleiro Julio César e o lateral Maicon, com idades avançadas, não foram mais chamados. Na maioria dos outros casos, no entanto, o afastamento da seleção foi motivado por critério técnico: alguns não conseguiram voltar a jogar em alto nível depois da Copa, e outros também ficaram marcados pela derrota. Os casos mais emblemáticos são o zagueiro David Luiz, o meia Ramires e os atacantes Bernard e Hulk.
Pela participação no 7 a 1, entre outros motivos, Fernandinho, Thiago Silva e Oscar desagradavam Dunga, mas voltaram a ter chances na seleção brasileira com Tite.
GERAÇÃO DE OURO
Se no Brasil secou a esperança na geração anterior, os argentinos ainda se agarram à esperança da consagração da turma que conquistou tudo nas categorias de base, venceu os mais importantes títulos pelo mundo, mas não conseguiu nenhum título pela seleção nacional.
Caso Bauza não surpreenda e coloque em campo os jogadores que poupou de atividades intensas nesta terça (8) -Romero, Zabaleta, Otamendi, Funes Mori e Más; Biglia, Mascherano, Enzo Perez e Di María; Messi e Higuaín-, a seleção argentina enfrentará o Brasil com sete titulares da final da Copa de 2014.
Do meio para frente, são os mesmos jogadores, com exceção de Di María, que apenas não jogou a final devido a uma lesão e foi substituído por Lavezzi, que estará no banco de reservas de Bauza.
Há oito anos, a Argentina conseguiu a medalha de ouro na Olimpíada de Pequim. No time titular da final, vitória por 1 a 0 sobre a Nigéria, estavam o goleiro Romero, Zabaleta, Di María, Mascherano e Messi. No banco de reservas, estavam Lavezzi, Aguero e Banega, que também serão reservas no Mineirão.
Além dos Jogos de 2008, esses garotos conquistaram dois Mundiais sub-20 (2007 e 2009). Naquele momento, parecia inevitável que aquele grupo enfileirasse títulos relevantes nos anos seguintes.
Uma derrota para o Brasil nesta quinta-feira (10), no entanto, acumularia mais um fracasso à lista de decepções recentes que têm infligido aos torcedores após baterem na trave em 2014. Tanto em 2015 como em 2016, Messi e seus companheiros de longa data chegaram à final da Copa América. Nas duas ocasiões, perderam nos pênaltis para o Chile, em tragédia que levou Messi a declarar-se aposentado da seleção argentina.
Contra o Brasil, voltando de lesão, o craque tentará, antes de tudo, começar a afastar qualquer perigo daquele que seria o vexame definitivo: não conseguir a classificação para o Mundial de 2018, na Rússia.
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