SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Para Mike Krieger, brasileiro cofundador do Instagram, o controle de conteúdos ofensivos publicados na rede social depende de inteligência artificial, controle feito por profissionais e denúncias de usuários.
A combinação é necessária porque é impossível que todo o conteúdo da rede, atualmente com 600 milhões de usuários, seja avaliado por profissionais da empresa, de um lado, a inteligência artificial ainda não é capaz de analisar corretamente todo o contextos de cada publicação, de outro, diz.
“A empresa não pode ignorar o conteúdo que está sendo distribuído em sua plataforma. Mas controlar cada coisa que aparece é simplesmente impossível”, disse Krieger, durante conversa com grupo de jornalistas em visita sua ao Brasil, país que deixou em 2004 para estudar na Universidade stanford, na Califórnia (EUA).
A discussão sobre a responsabilidade das redes sociais sobre o conteúdo disseminado em suas plataformas vem ganhando relevância desde o ano passado, quando atribuiu-se parte do sucesso da campanha eleitoral do republicano Donald Trump à disseminação de notícias falsas que o favoreciam.
Mais recentemente, as redes começaram a ser usadas para a prática de um suposto jogo chamado “Baleia Azul”, que incentiva seus participantes a cometerem suicídio.Krieger foi questionado sobre qual sua opinião a respeito da decisão do Instagram de censurar foto da atriz Maria Alice Vergueiro, em que ela aparecia com os seios a mostra, capa da revista Serafina e publicada no perfil da Folha de S.Paulo na rede social em novembro.
Segundo ele, a rede possui políticas para definir conteúdos que são permitidos ali que não dependem apenas da vontade da empresa. Suas regras também levam em conta o que é aceito em plataformas onde o aplicativo é distribuído (como lojas de apps da Apple e do Google) e das leis de países onde funciona.
Ele diz que é possível que hajam erros nas regras de publicação da empresa e que elas estão sempre sendo revisadas.
Segundo Krieger, o objetivo da empresa é criar mecanismos para que cada usuário da rede possa definir com mais liberdade o que considera ofensivo e o que tolera ver.
Em 2016, a empresa passou a permitir que usuários impedissem o uso de palavras que considerassem agressivas nos comentários feitos em suas fotos.
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