O reitor da Universidade Federal de Goiás (UFG), Edward Madureira, afirmou nesta quinta-feira (1º) que a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) deve se reunir na próxima semana para se posicionar contra as alterações relacionadas à Educação no âmbito da Esplanada dos Ministérios.
“Certamente a Andifes deve fazer uma reunião da diretoria na próxima semana e convocar um conselho pleno para se posicionar e, claro, estabelecer um diálogo até de esclarecimento com a equipe de transição, mostrando a gravidade dessa mudança. Eu imagino que o Conselho dos Reitores dos Institutos Federais, que é o Conif, deve fazer o mesmo, talvez até de forma articulada com a Andifes”, informou.
Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Rádio Bons Ventos FM, o reitor também destacou que dentro do Ministério da Educação as secretarias que cuidam, respectivamente, da Educação Básica, Ensino Médio e Ensino Superior são muito bem articuladas. Nesse contexto, passar a coordenação do Ensino Superior para outra pasta poderia causar conflito.
“Dentro do Ministério da Educação há uma estruturação muito bem definida da educação. Tem uma Secretaria que foca todos os esforços na educação básica, uma Secretaria de ensino superior e uma Secretaria de ensino tecnológico. Então, o MEC está muito bem organizado e com uma estrutura que trata esses temas de forma articulada e dentro da mesma pasta, sob uma mesma coordenação. Não vejo economia e não vejo que essa medida vai surtir efeito. Vai produzir uma desarticulação de todo o sistema. O orçamento do Ministério de Ciência e Tecnologia, que eu tive a oportunidade de trabalhar lá por dez meses, reduziu a quase um terço. Então, quando nós temos qualquer dificuldade, o Ministério de Ciência e Tecnologia é muito mais vulnerável e isso seria absolutamente o caos para as universidades. Essa é a minha avaliação dentro desse contexto”, disse.
Além disso, Edward Madureira também ressaltou a importância de manter as verbas destinadas à educação superior, que forma novos professores para toda a educação, desde a infantil até as pós-graduações, e também para o fomento da pesquisa.
“É preciso entender que o grande esforço da universidade é na formação de pessoas. Nós formamos profissionais e professores e também pesquisadores. Mas nossa principal atividade é a formativa. A pesquisa que também é uma das nossas principais atividades, sendo 90% do conhecimento novo, produzido no Brasil, é produzido no âmbito das universidades, é um instrumento para fazer a formação dos profissionais. Então, quando a gente deixa o Ministério da Educação, essa finalidade fica comprometida”, concluiu.
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