PAULO BATISTELLA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ídolo do Vasco nos gramados, Valdir Bigode, 46, quer reviver os tempos de glória no clube como técnico.
O ex-atacante cruzmaltino, que ganhou aura folclórica nos anos 1990, é auxiliar permamente do time de coração desde o início de 2015. Contra o Cruzeiro, a partir das 21h45 desta quarta-feira (6), no Mineirão, fará as vezes de treinador vascaíno pela terceira vez -e não esconde a vontade de ser efetivado na função.
“Até agora não contrataram ninguém. Espero que permaneça assim”, disse em tom bem humorado na tarde desta terça (5).
Agora dono de um cavanhaque, é válido dizer, Valdir retornou ao Vasco a convite do então presidente Eurico Miranda, de quem é apoiador declarado. Neste período, trabalhou com Doriva, Celso Roth, Jorginho, Cristóvão Borges, Milton Mendes e, recentemente, Zé Ricardo.
Assumiu como interino nos intervalos das duas últimas trocas de comando: empatou com o Botafogo sem gols e venceu o Fluminense pelo placar mínimo.
“Estou no Vasco há muitos anos. Busquei uma carreira de jogador e fui muito feliz. Agora estou indo para o meu quarto ano [como auxiliar] e também estou buscando [ser técnico]. Mas é claro que, antes de ser treinador ou auxiliar, eu sou funcionário do Vasco.”
A experiência como comandante vai além dos dois clássicos. Entre a aposentadoria como atleta e a volta a São Januário, Valdir treinou o Campo Grande, onde foi revelado para o futebol, o Itaboraí e o São Pedro, todos em divisões inferiores do Rio.
Ele justifica uma chance para si no Vasco pelas apostas bem sucedidas de outros clubes. Maurício Barbieri, 36, há 15 jogos na interinidade, comanda o líder Flamengo. Thiago Larghi, 37, também chefe em caráter temporário, já soma 28 partidas no Atlético-MG. Há ainda Fábio Carille, 44, atual campeão brasileiro pelo Corinthians e cânone dos interinos que buscam um lugar ao sol.
“Os treinadores mais velhos e experientes também querem descansar. O mercado está aberto, está cheio de chances. Eu vou encarar isso como sempre fiz com meus desafios. Quem dá resultado tem continuidade. E eu quero ter essa continuidade.” O interino, no entanto, não é favorito a ficar com o cargo.
Jorginho, que se demitiu do Ceará na segunda (4), 14 dias após ser contratado, é um dos mais cotados a assumir a função. “Amanhã [quarta], tenho certeza absoluta que serei o treinador. Depois já é outra história”, frisou Valdir, que aproveitou o período com a batuta em mãos para promover a volta do afastado Paulão.
Velho conhecido de Bigode, que também carrega idolatria no Atlético-MG, o Cruzeiro deverá ter os retornos de Robinho, que cumpriu suspensão, Henrique, poupado dos últimos dois jogos, e até Rafinha, recuperado de pubalgia. Em contrapartida, Sassá está suspenso e Lucas Silva deve ganhar descanso.
Até o início da décima rodada, o Vasco ocupava a 13ª posição do Brasileiro, com 11 pontos. O Cruzeiro era o vice-líder, com 16.
CRUZEIRO
Fábio; Edilson, Dedé, Leo e Egídio; Lucas Romero, Henrique, Robinho, Thiago Neves e Rafael Sobis; Raniel. T.: Mano Menezes
VASCO
Fernando Miguel; Luiz Gustavo, Paulão, Ricardo e Henrique; Desábato, Andrey, Cosendey, Pikachu e Wagner; Andrés Ríos. T. (int.): Valdir Bigode
Estádio: Mineirão, em Belo Horizonte
Horário: 21h45 desta quarta
Juiz: Luiz Flavio de Oliveira (SP)
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