07 de agosto de 2024
Saúde pública

Consumo de alimentos ultraprocessados estão ligados a risco de câncer e mortalidade, diz pesquisa

Médico reforça que assunto, cada vez mais frequente, deve ser levado muito a sério
Alimentos ultraprocessados são aqueles que passam por vários processos e tem ingredientes químicos adicionados à sua receita. (Foto: reprodução)
Alimentos ultraprocessados são aqueles que passam por vários processos e tem ingredientes químicos adicionados à sua receita. (Foto: reprodução)

Refrigerantes, bolachas, salsichas, refeições prontas, congeladas e até certos chocolates. Sim, estes e muitos outros são alimentos ultraprocessados e, infelizmente, estão ligados a surgimentos de vários tipos de câncer. Estudos cada vez maiores e mais frequentes têm provado a relação entre essa doença, sua alta mortalidade e o consumo de produtos que passaram por processamento industrial e estão cheios de ingredientes químicos nocivos em sua composição.

Quem explica é o médico intensivista e nutrólogo, Dr José Israel Sanchez Robles, que traz um estudo do Biobank do Reino Unido, empresa que está investigando contribuições da predisposição genética e da exposição ambiental para o desenvolvimento de doenças. “A pesquisa mostrou que padrões alimentares globais são cada vez mais dominados por alimentos ultraprocessados, os AUPs, relativamente baratos, altamente palatáveis ​​e prontos para consumo. Isso, porém, está ligado ao aumento de desenvolvimento de câncer”. 

O especialista citou a pesquisa, que examinou e associou o consumo de alimentos ultraprocessados, o risco de câncer e mortalidade para diferentes tipos de câncer em milhares de adultos do Reino Unido. “Milhares de pessoas de 40 a 69 anos, analisadas sobre tudo o que comiam entre 2009 e 2012, foram acompanhadas até 31 de janeiro de 2021. Deste estudo, resultou que 15.921 indivíduos que consumiram uma média de 22,9% de alimentos ultraprocessados desenvolveram câncer e 4 mil morreram”, revelou.

Além disso, a pesquisa ainda provou que, a cada aumento de 10 pontos percentuais no consumo de alimentos ultraprocessados, maior a incidência de câncer geral. “Ou seja, o estudo feito no Reino Unido sugere que o maior consumo de AUPs pode estar ligado a um aumento da carga e da mortalidade para cânceres gerais e específicos de determinados locais, especialmente câncer de ovário em mulheres”, explicou José Israel.

O médico reforça que, junto a essa pesquisa, o estilo de vida sedentário acompanhado de alimentação não balanceada repleta de alimentos ultraprocessados e sono não saudável são alguns fatores preocupantes e sabidamente relacionados com o aumento da incidência de câncer na população.

“O estudo está longe de trazer conclusões ou soluções definitivas sobre a relação entre alimentos ultraprocessados e o câncer, porém sabe-se que o consumo destes produtos e a falta de atividades físicas são fatores predominantes de risco para o câncer em todo o mundo, e, claro, de outras doenças como as cardíacas, pontuados pela Organização Mundial de Saúde ”, relembra o especialista. 

O médico nutrólogo conclui afirmando que “deve ser evitado o consumo de alimentos ultraprocessados”. Ele cita “bebidas adoçadas, açúcares, fast food, refeições industrializadas prontas e congeladas, produtos com muitos ingredientes e com nomes difíceis”.


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