O número de homicídios em Anápolis mais que dobrou em 2025. Até agosto, já foram 34 mortes registradas, contra 14 no mesmo período do ano passado, segundo levantamento do programa São Francisco News, da Rádio São Francisco FM. Apesar do crescimento expressivo, a Polícia Civil afirma que tem conseguido dar respostas rápidas e manter alto índice de elucidação dos casos.
Em entrevista, o delegado Vander Coelho, titular do Grupo de Investigação de Homicídios (GIH), destacou que a principal preocupação não está apenas no aumento dos crimes, mas no perfil das ocorrências. “Houve um acréscimo significativo, sim. Hoje já são 35 crimes de homicídio em Anápolis. No ano passado, nesse mesmo período, eram 14. O que chama atenção é a forma como esses crimes vêm sendo praticados. São situações ocasionais, muitas vezes após ingestão excessiva de álcool, em brigas ou discussões banais. Isso dificulta a prevenção”, afirmou.
Crimes sem planejamento
Segundo Coelho, a maior parte dos homicídios não tem ligação com facções ou crimes premeditados. “Grande parte dos casos acontece dentro de residências ou estabelecimentos comerciais, em discussões pessoais. Muitas vezes, o autor nem deixa o local, o que facilita a prisão em flagrante”, explicou.
Dos 35 homicídios registrados em 2025, 19 resultaram em prisões imediatas, muitas delas com apoio da Polícia Militar. Além disso, mais de 26 investigações já foram concluídas e encaminhadas à Justiça, o que representa cerca de 77% de elucidação.
“O índice é bastante alto e mostra o comprometimento das forças de segurança. Temos intensificado as visitas aos locais de crime e reforçado os plantões para dar uma resposta rápida”, completou o delegado.
Comparativo histórico
O aumento dos casos preocupa, mas ainda está distante do cenário vivido anos atrás. Em 2016, Anápolis registrou quase 200 homicídios, o pior índice da série histórica. Desde então, o número caiu progressivamente até chegar a 21 mortes em 2024, o menor patamar em quase uma década.
“Estamos bem abaixo do que já foi a realidade de Anápolis e também da média nacional. Goiás é referência em segurança pública, e Anápolis tem se destacado dentro do Estado. O que esperamos é que essa onda registrada nos últimos meses seja freada e que possamos retomar a trajetória de redução”, disse Coelho.
Álcool como fator de risco
Para o delegado, o consumo excessivo de álcool é um dos principais gatilhos para a violência letal na cidade. “Infelizmente, não temos como impedir discussões ocasionais que resultam em violência, mas queremos mostrar que, se o crime acontecer, a resposta da polícia será rápida e firme. Nossa expectativa é que a própria sociedade também se conscientize, sobretudo quanto ao consumo excessivo de álcool, que está presente na maior parte dos homicídios registrados este ano”, concluiu.
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