Consumidores e empresas pagaram, somente em fevereiro deste ano, mais de R$ 50 bilhões em juros, informou nesta quinta-feira (20) o Banco Central.
O pagamento de juros ultrapassou esse patamar de R$ 50 bilhões mensais em meados do ano passado, de acordo com dados da autoridade monetária.
O número foi divulgado porque o BC informou que passará a informar, todos os meses, um novo indicador de juros, o ICC (Indicador de Custo do Crédito), que leva em conta não somente a taxa dos novos empréstimos concedidos a cada mês, mas também o custo do crédito de todo o sistema, o chamado estoque ou saldo.
Como contabiliza tudo o que está emprestado pelos bancos, e operações de financiamento de longo prazo possuem juros menores, a tendência é que o ICC sempre fique abaixo da taxa de juros informada tradicionalmente pelo BC -esta última leva em conta as novas concessões, de menor prazo e taxas maiores.
“A característica do estoque ser formado por prazos mais longos e taxas mais reduzidas tendem a conferir ao ICC uma característica de indicador mais estável ao longo do tempo”, afirmou o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel. “Os juros do sistema refletem um patamar mais baixo do cobrado na ponta”.
Em fevereiro, por exemplo, o ICC foi de 39,4% ao ano para os recursos livres (que não incluem financiamentos imobiliários, empréstimos do BNDES e crédito rural), enquanto que a taxa de juros das novas concessões foi de 53,2% ao ano.
No caso de crédito livre para consumidores e empresas, o ICC foi de, respectivamente, 52,2% e 26,4% ao ano. A taxa de juros das novas concessões foi de 73,2% ao ano para pessoas físicas e de 28,7% para pessoas jurídicas.
“Esse é um indicador complementar, paralelo à taxa de juros, para monitoramento do custo do crédito”, afirmou Maciel. “Há um debate sobre custo do crédito e o indicador tem como objetivo contribuir para essa discussão e o diagnóstico do problema, considerando todo o estoque da carteira”. (Folhapress)
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