O Conselho de Segurança da ONU aprovou de maneira unânime, nesta segunda-feira (19) em Nova York, uma resolução para que os membros dessa organização monitorem a retirada dos moradores de Aleppo. Essa resolução foi negociada pela Rússia e pela França.
A retirada dos civis de Aleppo foi retomada nesta segunda, após a violência e a interrupção durante o fim de semana, que haviam ameaçado o acordo.
Mevlüt Cavusoglu, chanceler turco, afirmou que cerca de 20 mil pessoas já deixaram a região leste da cidade síria. Os ônibus chegaram à área controladas pela oposição, segundo as informações das Nações Unidas.
A saída dos moradores e combatentes encerra o conflito em Aleppo, que era em 2011, no começo da guerra civil, a maior cidade da Síria.
O regime de Bashar al-Assad havia cercado durante meses a região leste, ocupada por rebeldes. Esse território foi bombardeado pela Rússia, aliada da Síria, destruindo a estrutura e impossibilitando o acesso a cuidados médicos ou alimentos.
A estratégia de cerco, considerada um crime de guerra, é utilizada também pela oposição armada na Síria.
O acordo pela retirada de civis foi mediado na semana passada pela Rússia e pela Turquia, com o apoio do Irã e da milícia libanesa xiita Hizbullah. O processo teve diversas interrupções, incluindo ataques aos ônibus transportando moradores.
Os chanceleres de Rússia, Irã e Turquia devem reunir-se em Moscou na terça-feira (20) para discutir os próximos passos do confronto.
Moradores também estão sendo retirados de vilarejos na província vizinha de Idlib, hoje um bastião da organização terrorista Jabhat Fateh al-Sham, a antiga Jabhat al-Nusra, ligada à Al Qaeda.
A saída desses vilarejos, de população xiita (um ramo minoritário do islã) era uma exigência do Exército sírio para permitir a retirada em Aleppo, e o debate a respeito dessa logística interrompeu o processo no fim de semana.
Simbolismo
A tomada de Aleppo é a principal vitória de Assad desde o começo dos confrontos, em março de 2011.
Em controle desse território, ele poderá consolidar seu poder na chamada “Síria útil”, que inclui também Damasco, Homs e a região costeira. É a área com a maior importância estratégica.
O regime deve tentar, agora, avançar nas regiões controladas pela oposição, como Idlib, a fronteira com a Turquia e Raqqa. Raqqa é atualmente a principal cidade síria em posse da organização terrorista Estado Islâmico.
Folhapress
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