SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Conselho de Segurança da ONU aprovou no sábado (31) com unanimidade uma resolução que apoia os esforços da Rússia e da Turquia para mediar um acordo de cessar-fogo na Síria, em vigor desde quinta-feira (29).
No texto, a cúpula da entidade pede um acesso humanitário “rápido, seguro e sem barreiras” a civis em todo o território sírio. E afirma ter boas expectativas em relação à reunião entre o governo do ditador Bashar al-Assad e a oposição da Síria, no fim de janeiro, no Cazaquistão, sob a arbitragem de russos, turcos e iraquianos.
O documento, no entanto, relativiza o peso desse encontro na ex-república soviética, classificando-o como “passo anterior à retomada das negociações [de paz] sob os auspícios das Nações Unidas, em Genebra, em 8 de fevereiro de 2017”.
Durante a votação da resolução, representantes de EUA, França e Reino Unido lamentaram que certos detalhes do acordo turco-russo não tenham sido transmitidos ao Conselho. “O texto […] ainda contém zonas de sombra”, disse o embaixador francês adjunto, Alexis Lamek.
TRÉGUA O cessar-fogo em vigor na Síria desde a noite de quinta-feira (29) foi marcado por confrontos isolados entre insurgentes e forças do governo nos arredores de Damasco e por ataques aéreos do regime perto de Hama (oeste).
O monitoramento foi feito pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que tem base em Londres e conta com relatos vindos da Síria.
Segundo o grupo, menos de 12 horas após o início da trégua (à meia-noite em Damasco), tropas sírias e seus aliados se chocaram com rebeldes no Vale Barada, a nordeste da capital, e helicópteros equipados com armas realizaram operações na área. O Exército sírio negou os relatos de bombardeio.
No fim do dia, um homem morreu após ser atingido por um atirador no subúrbio de Damasco, marcando a primeira morte do cessar-fogo. Em muitas áreas incluídas no acordo, contudo, a calma prevaleceu.
O cessar-fogo, ocorrido no apagar das luzes da gestão do presidente Barack Obama, foi a primeira grande iniciativa diplomática internacional no Oriente Médio em décadas que não envolveu os Estados Unidos.
A guerra civil síria, que começou com uma revolta pacífica em 2011 e degenerou, já resultou em mais de 300 mil mortes e deslocou mais de 11 milhões de pessoas, o equivalente a metade da população pré-guerra.
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