JÚLIO WIZIACK E FÁBIO FABRINI – BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – A tendência do atual Conselho de Administração da Caixa Econômica Federal é de não reconduzir nenhum dos quatro vice-presidentes do banco que foram afastados de seus cargos por 15 dias.
São eles: Deusdina dos Reis Pereira (Fundos de Governo e Loterias), Roberto Derziê de Sant’Anna (Governo), Antônio Carlos Ferreira (área Corporativa) e José Henrique Marques da Cruz, chefe da área de Clientes, Negócios e Transformação Digital.
Integrantes do colegiado, ouvidos reservadamente pela reportagem, disseram que o propósito é destituir definitivamente todos os executivos citados em investigações do Ministério Público Federal.
A avaliação deles é de que a volta de dirigentes sob suspeita compromete a imagem do banco, que passa por um momento delicado, de ajuste às novas regras internacionais de solidez bancária.
Além disso, a eventual manutenção dos dirigentes poderia motivar ações do Banco Central e da Procuradoria da República no Distrito Federal, que recomendaram as exonerações.
A lei 4.595, de 1964, que dispõe sobre as instituições financeiras, prevê que diretores de bancos públicos devem ter reputação ilibada, não podendo pesar contra eles notícias de envolvimento em corrupção e em casos de ingerência política na gestão, como ocorreu no caso da Caixa.
Investigação interna
Partiu do próprio conselho a iniciativa de estimular investigações internas do banco, que indicaram possíveis irregularidades na gestão e em operações da instituição.
O afastamento dos vices foi anunciado pelo presidente Michel Temer na terça (16), após a Folha de S.Paulo revelar que o BC havia sugerido a troca dos vices.
Após a decisão, o governo informou que o novo estatuto deve ser aprovado na sexta (19).
Em entrevista à Folha de S.Paulo, o presidente da Caixa, Gilberto Occhi, disse que a atribuição de nomear e exonerar vice-presidentes deixará de ser do presidente da República e passará a ser do Conselho de Administração.
O documento prevê a necessidade de tornar objetiva a escolha dos 12 vices da Caixa. Atualmente, quase todos são apadrinhados de partidos políticos. (Folhapress)
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