O empresário conhecido com ‘Pai da Soja’, Argino Bedin, acusado de bancar parte dos atos golpistas do 8 de janeiro, em Brasília, decidiu ficar calado durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), nesta terça-feira (3). Na sessão, o empresário do agronegócio permaneceu em silêncio, protegido por habbeas corpus do Supremo Tribunal Federal (STF).
A garantia constitucional foi concecida pelo ministro do STF, Dias Toffoli, que deu ao ‘Pai da Soja’ o direito de não responder a perguntas que poderiam incriminá-lo. Bedin foi convocado por estar na lista de suspeitos de financiarem os atos golpistas. Com efeito, o empresário permaneceu em silêncio durante toda a sessão, se negando a responder aos questionamentos.
Indícios
De acordo com a relatora da Comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) informou à CPMI que dos 272 caminhões enviados à Brasília após o resultado da eleição, 72 eram da mesma cidade que o empresário, Sorrisso (MT). Foi comprovado que deste número, 16 eram pertecentes a Bedin ou de membros da família dele.
Ainda conforme a relatora, todas as manifestações bolsonaristas foram subsidiadas, inclusive, pela Associação dos Produtores de Soja e milho de Mato Grosso do Sul (Aprasoja). A associação, a qual Bedin faz parte, está entre os grupos ligados ao Movimento Brasil Verde e Amarelo, responsável pela convocação de manifestações contra as eleições no Brasil.
Eliziane destacou atos violentos que aconteceram na BR-163, próximo às fazendas do ‘Pai da Soja’, acrescentado que não há dúvida de que as manifestações receberam apoio financeiro. “Eu teria aqui, na verdade, várias perguntas a fazer porque o Movimento Verde Amarelo recebeu dinheiro, e não foi pouco dinheiro. Ou seja, todas essas manifestações que ocorreram eram subsidiadas”, completou.
Com informações da Agência Brasil
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