“Confiamos que Caiado irá encontrar uma saída e pagar a folha de dezembro, deixada irresponsavelmente pelo governo passado. Os salários são imprescindíveis para a garantia de subsistência dos servidores e têm caráter alimentar. A gente sabe que o governador tem consciência disso”, declarou o presidente da União dos Militares de Goiás (Unimil), o vereador Cabo Senna (PRP), que tem sido questionado por parte da categoria com relação ao pagamento dos servidores públicos e vem buscando uma saída junto ao governo.
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O voto de confiança é balizado pelo bom relacionamento que o recém-empossado governador Ronaldo Caiado (DEM) mantém com a categoria desde a campanha. “Caiado se comprometeu em atender a demanda dos policiais de 3ª Classe que levamos a ele quando ainda era candidato e já garantiu, nos primeiros dias de governo, que vai enviar o projeto à Assembleia imediatamente. Essa é uma demonstração da boa vontade em resolver os problemas do Estado e atender os servidores”, apontou o líder classista.
“Não sou eu, mas todos os goianos estão preocupados com as finanças do Estado, com a economia. E sabemos que há caminhos possíveis para buscar a saúde financeira do Estado, como por exemplo, diminuir a isenção fiscal e perdões de dívida pública”, acrescentou Cabo Senna. “O que o Estado não pode é penalizar o trabalhador e isso eu confio que Caiado não vai deixar acontecer. A gente espera que o pagamento de dezembro seja feito o mais rápido possível, já nos próximos dias”, enfatizou.
Cabo Senna conta que 90% das forças policiais apoiaram o democrata durante as eleições confiando no comprometimento de Ronaldo Caiado, “na postura séria e justa que o democrata sempre teve na vida pública em mais de 20 anos como parlamentar”. Para Cabo Senna, esse apoio maciço dos policiais foi um dos motivos que levaram o ex-governador José Eliton a se negar a realizar o empenho da folha dos servidores públicos na data correta.
“A perseguição política do grupo de Marconi Perillo e José Eliton aos servidores, especialmente da Segurança Pública, continuou até o último dia. José Eliton não empenhou a folha para gerar a confusão que temos visto agora”, avalia o vereador.
O líder classista critica ainda o tratamento diferenciado que o ex-governador José Eliton (PSDB) deu aos servidores dos poderes Legislativo, Tribunais de Contas, Tribunal de Justiça, Defensoria Pública e Ministério Público. Para estes órgãos, o ex-governador empenhou a folha no total de R$ 200 milhões, deixando garantido o pagamento até o dia 10. “O grupo do Marconi privilegiou os servidores dos órgãos que poderiam prejudicá-los, aqueles que vão julgar as contas de seus governos”, apontou Cabo Senna.
Ronaldo Caiado também tem feito críticas ao que sua equipe vem chamando de “manobra” do governo anterior. Para o governador, José Eliton teria deixado de empenhar a folha de pagamento dos servidores públicos de dezembro para não ser penalizado pela Lei de Responsabilidade Fiscal. “Foi uma tentativa de se livrar ”, afirma Caiado, que reforça que a gestão passada deveria ter deixado receita para o pagamento dos servidores. “Mas a folha sequer foi empenhada.”
Somada à falta do empenho (que é a previsão para o pagamento dos servidores), está o caixa esvaziado. O governador Ronaldo Caiado repetiu diversas vezes recebeu o Estado com R$ 11 milhões no caixa único e mais de R$ 3,2 bilhões em dívidas. Desse total, R$ 1,6 bilhão refere-se à folha dos servidores.
A equipe do governo Caiado tem buscado saídas para fazer o pagamento de dezembro. Nessa terça-feira, 8, a secretária da Fazenda, Cristiane Alkmin, esteve em reunião em Brasília com a equipe do Tesouro Nacional, na tentativa de encontrar uma solução. “Espero que as questões políticos não possam atrapalhar a subsistência dos militares. Caiado vai encontrar uma saída, e sabemos que nos próximos dias haverá entrada de receitas no Estado, então, pedimos ao governador que se sensibilize e que os servidores sejam priorizados.”, opinou o parlamentar.
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