A assesoria jurídica do Residencial Aldeia do Vale, em Goiânia, informou à Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC) que o usuário que cometeu crime de injúria racial contra o motoboy Elson de Oliveira não é morador, visitante ou frequentador do condomínio.
A informação foi fornecida no fim da manhã desta quarta-feira (28), em resposta ao ofício da DERCC. De acordo com os advogados do Aldeia do Vale, o nome e CPF da pessoa suspeita, identificada pela Polícia Civil, não está no cadastro de moradores, visitantes, prestadores de serviço ou frequentadores do do condomínio.
Ainda em resposta ao ofício, a assessoria jurídica informou que o endereço do suposto autor não é um válido de uma das casas do Residencial Aldeia do Vale, pois a identificação das unidades habitacionais são feitas por quadra e lote e não número, conforme registro de imóvel.
A administração do residencial se colocou à disposição para entregar imagens das câmeras de segurança da portaria durante o período que foi cometido o crime e também as gravações realizadas entre portaria e morador, no sentido de autorizar que terceiros entrem no condomínio.
Além disso, embora não tenha sido solicitado, o residencial se antecipou e entregou a listagem de todos os entregadores que fizeram entregas no condomínio entre a noite do dia 25 até o dia 26 de outubro para que isso possa servir como base para a investigação policial.
De acordo com a advogada Letícia Brandão, esses registros entre portaria e moradores foram verificados no dia do ocorrido e que não há nenhuma ligação para a identificação do entregador da hamburgueria, consequentemente a suposição de que a possível moradora poderia ter questionado à portaria sobre a cor do entregador não procede.
Condôminos assustados
Segundo a advogada, o crime de injúria racial também levou a crime de ódio contra o Aldeia do Vale. Ela alega que o nome do condomínio está aparecendo negativamente. O residencial e o moradores têm recebido manifestações de ódio. A advogada cita que condôminos estão com medo e alguns não conseguiram entrar em casa durante manifestação nesta terça-feira (27).
“Não queremos diminuir o crime de injúria racial, o autor precisa ser identificado e punido. Porém, isso não pode ensejar no cometimento de manifestações de ódio, bem como a prática de outros crimes, como apologia a violência, ou qualquer incitação ao ódio em desfavor dos moradores do residencial”, afirma Letícia Brandão.
Ela alerta ainda para todas as pessoas sobre as falsas informações publicadas em mídias sociais e que podem atingir terceiros. “É preciso ter muito cuidados com essas informações”, frisou.
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