O contador Fábio Alves de Oliveira, um dos candidatos suspeitos de ter participado da fraude do concurso de delegado substituto da Polícia Civil de Goiás (PC-GO), afirmou durante interrogatório que o médico Antônio Carlos da Silva Francisco dizia ter controle sobre os certames realizados pelo Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe), também conhecido como Cespe, ligado à Universidade de Brasília (UnB).
Na última terça-feira (14), após prestar depoimento, Fábio também participou de uma audiência de custódia, que resultou na liberação de todos os presos. Ele afirmou que decidiu participar do certame por curiosidade e para testar o próprio conhecimento. No entanto, no depoimento, disse que não estudava para concursos, nem teria se preparado para a prova. A nota dele, na primeira fase, foi 94.
Segundo reportagem do jornal O Popular, ao contar detalhes do esquema, Fábio Oliveira declarou que conheceu o médico por intermédio de um empresário para quem prestava serviços de contabilidade. Segundo ele, Antônio Carlos informou que era capaz de aprovar quem quisesse no certame pois tinha esquema de interferência dentro da banca organizadora do concurso.
O contador, que não é bacharel em Direito, requisito básico para ser delegado de polícia, também contou que foi procurado pelo médico e pelo amigo empresário no final do ano passado, ocasião em que a vaga lhe foi oferecida por R$ 120 mil.
O pagamento seria feito da seguinte forma, a primeira parcela de R$ 50 mil teria sido paga em dezembro de 2016, em espécie, e o restante, seria pago após a aprovação, aceitanto até mesmo um empréstimo consignado após a posse.
De acordo com os delegados responsáveis pelo caso, no valor proposto, também estaria inclusa a confecção de um diploma falso de Direito.
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