22 de dezembro de 2024
Alimentação • atualizado em 25/01/2024 às 12:53

Compulsão alimentar: Especialista explica ligação do distúrbio com fatores emocionais

Especialista afirma que é possível controlar o comportamento e a alimentação, para evitar a fome em horários indevidos e melhorar as escolhas
De acordo com Cintya, é possível controlar o comportamento e a alimentação, para evitar a fome em horários indevidos e melhorar as escolhas. (Foto: Freepik).
De acordo com Cintya, é possível controlar o comportamento e a alimentação, para evitar a fome em horários indevidos e melhorar as escolhas. (Foto: Freepik).

Muitas vezes estigmatizada, a compulsão alimentar é um problema complexo, em que os fatores estão muitas vezes relacionados a questões emocionais. É o que explica a coordenadora de nutrição Cintya Bassi. “Ao se tratar de um transtorno, como a compulsão, os fatores podem estar relacionados com a culpa, baixa autoestima ou vergonha, por exemplo, e fazem com que a pessoa perca o controle sobre sua alimentação e depois se culpe por isso”, revela a especialista.

De acordo com Cintya, é possível controlar o comportamento e a alimentação, para evitar a fome em horários indevidos e melhorar as escolhas. Ela complementa explicando que, em casos relacionados com questões emocionais, o paciente precisa ser tratado por uma equipe multidisciplinar, incluindo acompanhamento psicológico, para juntos traçarem estratégias bem definidas.

Diferentemente de exageros cometidos esporadicamente durante algumas refeições, a compulsão alimentar, definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), como um distúrbio caracterizado por ingestão exagerada de alimentos em curto intervalo de tempo, sem que haja fome ou necessidade física, atualmente atinge 4,7% da população brasileira, quase o dobro da população mundial, com cerca de 2,6%.

Sintomas e como identificá-los

Segundo pesquisa sobre desordens alimentares, ‘Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders’, existem alguns critérios para se classificar um caso como compulsão alimentar. São eles:

  • Episódios ocorrem, em média, pelo menos 1 vez/semana, por 3 meses.
  • Os pacientes têm sensação de falta de controle em relação à alimentação.

Além disso, ao menos três dos seguintes relatos abaixo devem estar presentes:

  • Comer muito mais rápido do que o normal;
  • Comer até se sentir desconfortavelmente cheio;
  • Comer grandes quantidades de alimento quando não se sentindo fisicamente com fome;
  • Comer sozinho, por vergonha;
  • Sentir-se nauseado, deprimido ou culpado depois de comer excessivamente.

Vale lembrar que nem todas as pessoas com transtornos alimentares exibem sinais claros, ou combinações de sintomas. Desse modo, compartilhar sentimentos e preocupações com pessoas próximas e de confiança, é uma forma de receber suporte e incentivo a procurar profissionais especialistas na área.


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